pincelada da linha

escrita / a linha se estica na pincelada / a primeira da tela: risco colorido, preto no branco. inicio do caminho… o passo. versos se derramam e se espalham… igual exposição / retrato incompleto, arte como ar… o respiro, uma palavra / teu verso. exposição / aquela visão de tantos olhos / olhares, (paradoxo) nenhum… vazio estremecido. se escrevo vou cantando desafinado no palco possível, na calçada, no brinquedo de pega-pega… susto e correria, gritaria. Elizabeth M.B. Mattos -setembro de 2025 – Torres

casar ficou fora de moda

correr pro cartório, comprar/fazer um vestido branco, convites, bolo com andares, notificar a família e borboletear com aliança no dedo… avós / tios que nunca vemos, primos distantes, enteados, sobrinhos… como é mesmo casar? jornal ninguém lê / internet voa / aparece desaparece é falso? verdadeiro? terminou. do outro lado do fio telefônico quem atende é a esposa / atravessadores da intimidade, vigias, guarda-costas, entregadores de flores, de confetes, de pacotes, de encantamentos. como é mesmo ser feliz? já sei. a felicidade completa, perfeita, encaixada e brilhante é a vizinha, e o vizinho. reparaste no carro estacionado? parece ser do ano… Elizabeth M. B. Mattos – setembro de 2025 – Torres

mistura de fotos ÔNIX / casamento / olhar /esquecer / repassar para ficar e seguir em frente… esquecer

SETENTA e NOVE primaveras, com flores, amores e o tempo!

“Para Elizabeth M.B. Mattos

Entre linhas e lírios, teu tempo floresce. Não como quem conta os dias, mas como quem colhe instantes.

Setenta e nove primaveras em setembro de tantos anos, com Amoras no colo da vida e margaridas bordando memórias.

Tu és destas mulheres que escrevem para não deixar o mundo esquecer que existe poesia na solidão e beleza no passar das horas.

és jardim de ideias, és mãe de quatro frutos que carregam tua essência em caminhos diversos.

Tens um amor pintado no tempo, cães que viraram eternidade, filhos de sonhos e de tinta, netos que dançam entre tuas páginas.

E mesmo quando a ausência arde, o amor floresce de novo – como a Amora que partiu, mas ainda habita em memória nas tuas lembranças e versos.

Hoje é nove de nove, e tu minha querida, segue festejando com rosas, margaridas e o tempo… esse teu velho cúmplice, que te aplaude baixinho, a cada palavra que nasce de ti.” autor desconhecido / obrigada pelo carinho atenção análise

Presente de tanta atenção, tanta mansidão generosa. Transcrevo. Obrigada. Eu me emociono. Choro, eu agora choro mais do que antes…OBRIGADA! Alguém que me conhece? Pinga carinho…

bicho / pessoa ou criatura

das calçadas, das vitrines, das roupas ousadas, ou nem tanto… palavra verbo análise ou lógica incerta, pesquisa exaustiva / importante, necessário texto / discurso, biblioteca. nada praiana, nada campestre, nada reclusa e sendo… como vou classificar os sentimentos? contar uma história: começo, meio e fim? ou enfiado de falas /falas / falas…Elizabeth M. B. Mattos – setembro de 2025 – Torres, não América, nem (Amsterdam, Roma, Porto Alegre), ou São Paulo, Rio de Janeiro com certeza, Pernambuco, talvez…Cidades, estados e países na geografia atrapalhada, a minha.

surpresa

cada vez que arrumo uma gaveta sinto falta de uma coisa: da faca, das colheres pequenas… as maiores estão todas, mas aonde, em que lugar misterioso estão os talheres? como podem sumir, assim, de um dia para o outro. as roupas, pois é, as roupas saem do varal pras gavetas, das gavetas desfilam pela calçada, vez que outra estão na feira, ou na farmácia, mas voltam… visitam o sol, e voltam. estou mesmo é intrigada com as facas, os garfos se comportam, as colheres também…

surpresa ter notícias tuas, descanso no que estás a fazer porque gosto, gosto das mesmas coisas que gostas, ainda como pastéis / os da rodoviária esqueci, não vou mais pra cá e pra lá… claro, meu querido, sinto saudade dos sacolejos das viagens. da tua voz, pois é, tens que voltar a Torres, estou aqui, e te espero. eu te espero com menos medo. impressionante, sim, às vezes, o amor assusta. um beijo. Elizabeth M. B. Mattos – setembro de 2025 – Torres COM SAUDADE de tempo…

revisão

afeto carinho amizade saudade do amor amado, do amor passado, aquele amor que eu senti, daquele amor recebido, do compartilhado, do ausente, do declarado, então, presente: aquece a primavera… aquece o sol este amor. a Ônix a ser lembrada todos os dias, nas festas, mais. hoje é festa de 11 de setembro tão perto do 9 de setembro… e até do 7 de setembro, dos meus noves empilhados, os ímpares, ela, minha pretinha

ainda. Elizabeth M. B. Mattos – setembro de 2025 – Torres

extravagância confetes coloridos…

ah! extravagâncias! excêntrico pensar… afinal está tudo resolvido com tanta antecedência! igual não desisto de pensar, equacionar, tomar posição, como falar é proibido, eu não digo, ninguém diz sim ou não. silencio. não ligo o rádio, nem a televisão. o jornal está fechado…vou escutar um piano. já sabia de tudo, sem conclusões. o errado, o certo. será que a gente sabe?/ ou sabe. o que eu quero? sorvete no café, ou café com leite? leite com chocolate? ou chocolate no café? um pedacinho ou em pó… pois é, não sei. Elizabeth M. B. Mattos – setembro de 2025 – Torres

fotos de arquivo – fatos do recorte – recorte das certezas e tudo tão absurdamente incerto. silencio… silencio / ou silêncio? NÃO SEI! ainda E.M.B. Mattos