Infelicidade

A infelicidade é um estado de reforço. Um estímulo. Um pedaço de verdade dentro do efêmero prazeroso da alegria pura. Importa trabalhar. Estabelecer-se num fazer seletivo. Aquilo que se acredita: o desenho, a costura, o molde, o bordado, o alinhavo, o término de um vestido, de um livro, de um quadro, de uma sinfonia. O fazer concluído nos renova.

“Li em Bernanos que a infelicidade é uma espécie de bênção. Sobre esse catolicismo melado, respondi em meu livro que toda a felicidade é basicamente uma banal invenção católica. A felicidade, escrevi, é kitsch. Não há nada em comum entre ela e a  daimonia dos gregos. E no judaísmo não existe nenhum conceito de felicidade, nem sequer uma palavra correspondente na Bíblia. Excluindo, talvez, a satisfação pela aprovação, uma retribuição positiva do Céu ou do próximo ‘Bem-Aventurados os  íntegros’, por exemplo. O judaísmo reconhece apenas  a alegria. Como no versículo ‘Rejubiíle-se jovem’, com tua juventude. Alegria efêmera, como o fogo de Heráclito, o enigmático, cuja vitória é a sua destruição, uma alegria que contém dentro de de si o seu oposto, que na verdade a condiciona.”

(p.95)  Amós Oz – A Caixa Preta

Reforço. Estímulo. Efêmero. Prazer. Alegria. O desenho, a costura, o molde, o bordado, o alinhavo, o término de um vestido, de um livro, de um quadro, de uma sinfonia. O fazer concluído nos renova.

Grafia do retrato, memória

Meu amigo:
Penso autobiografia. Traço o esboço da casa, e das pessoas que entravam, saiam, e ficavam. Da limpeza, do estético, da elegância de minha mãe. Café preto, cigarro, bandejas. Quadros, cortinas, e lareira acesa. No verão, Torres e as balsas.

O incomum se agita. Penso, principalmente, na Anita que não conheceste. Rebelde, anestesiada destas baboseiras da vida do corretamente adequado. Personagem forte. Arrimo emocional. O tempo se agitava passando pelos seus dedos acolhendo os outros tempos. Sentada na ponta do sofá, desenhava, escrevia, silenciosa abria revistas, escutava Beethoven naqueles discos pequenos! Depois conversava, falava, opinava sobre tudo. Pontuava. Sugeria. Sorria. Transgredir talvez fosse a palavra certa, a posição corajosa de recuar aqui, e seguir ali por cima das pedras, escorregando, mas seguindo. Não olhar para trás, mas entender o perigo, aceitar o açoite, e ficar. Deixar a água correr.
Já escrevi disse. Bambus podem ser a cerca perfeita. Ouve-se a voz do outro lado, vemos sombras, mas permanecemos separados. Os vizinhos não invadem. Seguem debruçados, conversam, falam, soltam foguetes, festejam, não prestamos atenção.
Pai e mãe em leituras, em conversas agitadas por discussões, e opiniões, protegem o feudo. Tecer com cuidado. Posso dizer, aplicado?
Volto a te escrever amanhã.

Da ausência

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Da ausência. Da pedra principal deste jogo, a substituição: cerejas, copo de vinho, beijo ao acaso… Válido até um determinado momento, mas incompleto. Não altera o absolutamente correto. Na vida não existe regra. O corpo cansa, desmedidamente, ao peso emocional. Exercício físico repousa. Maternidade energiza. A pedra da ausência nos afoga.
Se a criança é solicitada, cresce rápido, fácil. Adapta-se ao meio, ao silêncio, sobrevive. Amadurece. Teorias se invertem, pensar é assim flexível, orientar, dizer, pode ser contraditório. A fala, ela mesma, se esvazia… repetitiva, volteia, retorna, se reinventa estranha, ou sem sentido. Constante alerta. Descarta-se dependência.
Estar na calçada, nos quintais, significa liberdade. Nascer, crescer. Infância sem violência, mesmo com carências, ou nos excessos ilumina qualquer história.
Volto ao quintal, aos dois jacarandás, ao gramado. Vozes estridentes. Joaquina, Maria. Aventais a se movimentar. Trazer, levar bandejas. Polir pratas, escovar. Casa cheia.
Pai, mãe, irmãs, tios, amigos. E se demoravam à mesa. Os agregados bocejam, ou saem às pressas. Passam a mão na minha cabeça. Do excesso de algazarra, liberdade vigiada. Um par de olhos, uma reprimenda. O comando sem presença impositiva, presença velada.
Sinto falta, não lembro, reprimo, ou é fantasia. Quero a mãe vestindo, alimentando, alertando. Puxando pela mão, brincando, ou lendo em voz alta. Afazer delegado. Tia, avó, qualquer um, ou todos. Não ela.
Um pai gentil. Se demora no cuidado com as filhas. Leva para escola. Carrega as compras, amarra os cadarços do sapato, busca o casaco. Envelopa as cobertas, fiscaliza o sono. Fecha a janela. Espia.

Esta ausência se prolongou, estranhamente, com a morte da amiga, dos amigos do casal. Lygia desapareceu no famoso acidente aéreo do Morro do Chapéu, e Anita ainda estava em Paris. Eu tinha quatro anos. Não sei se Freud explica. Deve explicar, ficou a lacuna. Corríamos, Magda e eu, de uma calçada para outra. As casas parecidas, uma em frente da outra. A deles maior, vistosa, com escadas, quarto de bonecas, sacadas. Misteriosa. E, completamente nossa. Infância povoada. Pessoas. Muita fala. Muitos livros. Muitos tapetes. Ordem. Limpeza. E ausência. As irmãs maiores iam e vinham, aula de balé, equitação. E vestidos.

Fotos do trabalho de Duda Apolônio

apressado e conturbado

Inquieta fragilidade que me arrasta neste mar…
Navego sem bússola nem rota. Sem texto. Sem eixo.
Espicho a lembrança. Rascunho, rabisco.

Casamento apressado, crianças nascidas. Estudos conturbados. Ipanema, cachorro quente, o francês, Spinelli, cambraia de linho, galerias, boutique. Cinema. Carlos Lyra no teatro. Ônibus. Roberto, Márcia, Marco na Prudente de Morais. Aldinha e Fernando Sabino com encontro marcado. Olívia, Willy, Sofia, Sonia Maria, Paulo Sérgio.
Esqueço candelabros, porcelanas, cristais, Portinari, Caribé ou Iberê… Gianfranco. Do Rio de Janeiro, o Leblon. Já se acomoda a ditadura militar, anistia. Sentada nos caixotes da mudança, Cristo Redentor, Humaitá, Viúva Lacerda em fogueira de saudade a Porto Alegre da rua Garibaldi. Edifício Elizabeth. Pedalo no invisível retorno juvenil. Acabou a festa da preguiça jovem, a liberdade. Elizabeth M.B. Mattos

Na preguiça da desordem

A conversa, a janta, a conversa, uma risada. E o sono. Ontem dormi de manhã um pouco mais.  E dormi de tarde também. Caminhadas curtas. Esticar o corpo. Mas, dormir faz a diferença. Descobri uma técnica de esvaziamento para pegar no sono mais depressa. Ligo a televisão sussurrante.  Deito de costas para a tela. Escuto o palavrório que se repete nos programas. Uma revelação aqui, uma prisão ali, nada se altera. Entrevistas, reportagens sobre cidades, conversa de estúdio. Paralisação. O fio afiado fincado na violência. Meteorologia. O calor matando. O frio, o choro, a repetição, a confissão, o esforço. O teatro. O palco. O homem afundado na ganância do poder. Esbanja o graúdo. Anestesiado. Tanto dinheiro, tanta facilidade! Outro, preocupado: conta do açougue. Frutas e legumes caríssimos! Apreensão. Ensino e escola de piada. Violência. Cheque especial, dívidas, inadimplência. Susto. Mais violência. Impunidade. E durmo. O mau caráter, a confusão. A marionete, o bruxo. Acordo, e  as notícias se repetem. Não penso. Apago a televisão. Durmo outra vez.

“Um cansaço das coisas, do tempo que está por vir. Depois, arejo, retomo o sentido e deixo de fazer planos. Olhar para trás é petrificante, como dizem os mitos: ao voltar do Hades não se pode olhar para trás com pena do sofrimento (dos outros ou nosso, não importa). É preciso ver e seguir adiante.” A.C.G.

Releio. Sinto o entendimento, e tua voz põe em ordem a confusão interior.  Pontuações significam. Converge o sentido. Entendo o poder desta memória que nos assalta.

Acredito na conversa escrita. Agradeço mentalmente o encontro. Pode- se pular limites. Confirmar acertos, Refazer lembranças. Não aquela de olhar para trás apenas por olhar… Olhar curioso pra refazer, chorar, ou retornar. Não exatamente este, mas o apaziguador. Seguir adiante. Uma carta, uma palavra, e os sentimentos se acomodam. Este cansaço que invade acachapante desaparece. Segue-se em frente. Leve. Volta energia, volta alegria. “É preciso ver e seguir adiante.” Como escreveste.

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Quieto, belo e manso

O amor não se explica, acontece.
Expõe, esconde, espalha semente, afoga, germina, e floresce.
Indiferença, raiva, ódio, mais amor.
Saudade, dor, angústia, alegria. Risos, lágrimas.
Picotado, intenso este estranho, e rasgado sentimento.

Fica-se preso, amarrado. E, lá dentro, a nascente.
Somos pai, mãe, filhos, tios, avós, primos, amigos, e um eu espremido… Esquisito isso de pertencer ao grupo, a tantos! Nascemos e permanecemos parte.

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Imagem repetida: tronco, árvore, semente, germinar, mãe terra… O feito, o não feito, o dito, o conquistado se espelha, se aprofunda, nega ou reafirma o que, aliás, já era.
Galhos, folhas, flores, fruto.
Esplendor, rupturas, rasgos, casca, semente, vozes sibilantes.
Vento, chuva, sol, nuvem. Dia e noite.
O estranhamento. Equívocos, resoluções.

Sem contorno?
Embora não tenha se casado, embora não tenha conhecido a própria mãe, embora contida, era falante, alegre, disposta. Atenta.

Inteligente, preparada, bonita, talentosa, habilidosa, informada. Coroada de sonhos e promessas, apaixonada.

Ele, particularmente, afetivo, bonito, inteligente, educado, agregador. Construtor.

Avó, pai, tia e mãe se inclinam no berço, mimam. Tímida, bela, confiante, astuta. A preferida. Saiu cedo de casa, pisou leve no amor, abraçou.

Inquieta, de beleza singular. Agitada. Alegre, e estremecida. Turbulentos sentimentos envolvem estudo, independência e magnetismo. Esfuziante estrela.

Esta questão de maternidade importa. Os bebês se apercebem cedo da qualidade do beijo, do afago. O choro esquecido, permitido. Medo do escuro, das portas fechadas. O silêncio se prolonga sorvido e presente… toda voz alerta, mas inquieta. O bebê bonzinho que encolhe, quieto, belo e manso.

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Fotografia

Difícil mudar o rumo, alterar a rota.  Espero terminar o vento. Sossegar trovões. Rotina azul. Ausências mansas. Sem afagos excessivos. Serenidade, asseio, e vontade… Amoras amadurecem no pomar da lagoa.

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Paixões velozes surpreendem…

 

Por todos os meus amados

Este mês seria aniversário da minha especial companheira, ou já estou esquecendo. Não é junho, mas julho. Já penso nela. Aquela lembrança prazerosa, e doída, como falta essencial. Não como a de pai e mãe, mais. Em algum momento ela somou a presença dos dois, encheu meu imaginário! Cuidou. Estas coisas de amor se misturam aflitas na memória. Sinto saudades do tempo, do cheiro, da voz. De nossas camas uma ao lado da outra separadas por pequena mesa de luz. Dos beliscões, não, mas afinal, importam igual. Posso vê-la a fazer tudo devagar, bem devagar, capricho particular. O modo de vestir impecável. Ainda lembro.

Ainda vejo as roupas que levaria para o hospital, caso precisasse ser operada, dobradas em cima da cama em pequenas pilhas. Gavetas impecáveis. Ordem, limpeza e bom odor. Vejo a máquina de costura bem no centro do quarto, perto da luz da imensa janela-sacada. Fechada, protegida. Cadeira de balanço com  almofada de tapeçaria feita por mim. Nada fora do lugar. Os livros encapados, também eles ordenados. Saudade desta tia corajosa. Presente. Ela estava ali.

Não voltou do exame que fez no Hospital Ernesto Dornelles, Porto Alegre. Uma das muitas barbeiragens de hospital mal aparelhado, de médico, de incompetência, descaso. Apenas não voltou, não fez a mala, nem se despediu. Destas coisas trágicas da vida. Desastres humanos. Como escreve Henry Marsh no seu livro autobiográfico Do No Harm. Segundo a VEJA, “E lembra dos seus mortos com a ternura sugerida na frase do médico francês René Leriche, que aparece como epígrafe do livro:

” Todo cirurgião carrega dentro de si um pequeno cemitério ao qual comparece, de tempos em tempos, para fazer uma oração. ”

Depois de uma certa idade, ou na vida, cada um de nós tem seu cemitério particular, e, de tempos em tempos, nós o visitamos, ordenamos, colocamos flores, choramos, pedimos perdão. Sentimos saudade. Agradecemos. Acho que estou fazendo esta oração, por todos os meus amados, e por ela.

O depoimento: ” Curioso…sem saber da data outro dia falei na Joana para o Leonardo, que não a conheceu. De como cedo me ensinou o jeito “maduro” de chamá-la, sem colocar o “tia” na frente. Ela sempre muito carinhosa comigo, me vigiava na piscina e assessorava meu banho,o quarto cheiroso, as unhas impecáveis que ela dava aquele beliscão “fininho”… Hehehe…querida Joaninha, miúda mas grande! Acho que ela sempre foi a frente da sua época , lembro que quando eu quis fumar um cigarro achou tranquilo que eu experimentasse o mentolado dela, sem julgamentos. Sinto saudade também!” Cristiana

“Amada e inesquecível tia Joana. Presença querida, disputada pelos sobrinhos, era uma alegria quando ela vinha nos visitar.
Doce lembrança. Odila

“Joaninha, sempre presente. Chegava de surpresa justamente quando sua presença se fazia “necessária”. Que coisa. Sempre bem humorada, irradiava alegria. Lembrança sempre presente.” Eduardo

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Marina, Ricardo, Eu e Luiza, Joana e Beatriz: Tia, sobrinhos, e sobrinhos netos. Torres. Rua José Picoral, 117  – edifício Alvorada. Saudade.

Fragmento

Sonho definitivo, outra vez Vitor Hugo, Petrópolis! A casa ruindo. Colunas desabam, sem explosão. Aos poucos. Pedaços. Mas, diferente do real, esta, tem colunas, suspensa. Em baixo uma espécie de garagem, depósito. Palafitas sem rio, sem água. Casa quadrada. Pequenas sacadas suspensas. E colunas descascadas, ferros aparentes. Visão. Minha casa no sonho a perder os pedaços, e, passivamente assisto.

Ainda não é a minha. Esta casa existe. Perto do mar. Em transformação, sendo, de fato, descascada. Espaço verde com buganvílias, bananeiras, cinamomos desaparece, a escavação é a piscina. Alicerces, o pavilhão.

Sempre o cobiçado cimento, cinzento. No imaginário cifrões, ouro. Ostentação. Enormes casas. Prédios altos, mais altos! Posse, vale mais o metro quadrado construído.

A violência da explosão de construções transformou-se em sonho.

Torres, Buenos Aires, Kyoto e Rio de Janeiro

Torres, 5 e junho de 2015. A sexta-feira que estica o feriado de ontem, e desemboca num fim de semana comprido. Sol, temperatura perfeita. Azul. Cinza também, e muito verde. Amiga, este fio de correspondência me acende. Ou melhor, apaga a depressão que carrega o meu fazer lento, descuidado.
Bem sabes que me estendo no desânimo. Puxa meu corpo, arrasta. Fico encolhida na cama, releio a mesma página, e vou patinando sobre uma mesmice doente, não encontro sentido. E o amado amor, as vozes, as pessoas, velhos amigos se desdobram em elos estrangeiros, escorregadios, assuntos mortos. Um fio suspenso agita as inquietudes dos filhos, mas logo se encaixa na boa canaleta. Desligo telefones, desvio atenção, ou conselho, escuto música. Arrumo outra gaveta. E resolvo te escrever.

Tua expressão atenta, sorridente, o brilho dos teus olhos. E as roupas que usas, gosto. Pensar no chá, nos biscoitos, e na conversa que se estica quando estamos juntas, bom. Exatamente a peça certa, o jeito leve, sóbrio, e o cabelo natural. Livre. Teu sorriso, a leveza da voz modulando as confissões mais urgentes que guardei para te contar. E esta danada memória que se mistura brejeira com visitas acesas, esquecimentos tumultuados, leituras aos saltos, interrompidas, e discursos longos.

Quero montar o quebra-cabeça. O que posso lembrar da casa, da convivência, do pai, dos tios, desta vida cheia de reticências que eles levaram, ou que foram, ou são na memória? Um jogo. Transito por revelações sombrias, amorosas que podem ser inventadas.
Quando penso em autobiografia, traço um esboço da casa, daquelas pessoas que entravam, saiam, ficavam, das empregadas, da limpeza, do estético, da elegância da mãe. O café preto, o cigarro, as bandejas, os quadros, as cortinas, e as lareiras acesas. No verão, tínhamos Torres e as balsas. O incomum se agita. Penso, principalmente, na Anita que não conheceste. Rebelde, anestesiada destas baboseiras da vida do corretamente adequado. A minha mãe, personagem forte, arrimo, certezas. O tempo se agitava passando pelos seus dedos acolhendo os outros tempos, reunidos num mesmo palco. Sentada na ponta do sofá, desenhava, escrevia, silenciosa abria revistas, escutava Beethoven naqueles discos pequenos! Depois conversava, falava, opinava sobre tudo. Pontuava. Sorria. Transgredir talvez fosse a palavra certa, a posição corajosa de recuar aqui, e seguir ali por cima das pedras, escorregando, mas seguindo. Não olhar para trás, mas entender o perigo, aceitar o açoite, e ficar. Deixar a água correr.
Bambus podem ser a cerca perfeita. Ouve-se a voz do outro lado, vemos sombras, mas permanecemos separados. Os vizinhos não invadem. Seguem debruçados, conversam, falam, soltam foguetes, festejam, não prestamos atenção.
Pai e mãe em leituras, em conversas agitadas por discussões, e opiniões, protegem o feudo. Tecer com cuidado. Posso dizer, aplicado?
Amiga. Eu te imagino, vejo, trabalhando, estudando, e mesmo no lazer, evolução, revolução. No caminho certo, na contramão. Nenhuma mesmice. Enquanto te escrevo idealizo a coragem, imagino o novo, e tenho certeza, vejo luzes e assertivas. Aproveitem Buenos Aires! Respirem São Telmo, não esqueçam das livrarias, nem das cafeterias. Claro as casas de chá, os doces. Lembro das vitrines perto do Hotel Alvear. O luxo. O bom gosto. Caminhar pelas calçadas de Buenos Aires!
Preciso terminar o livro de Yusunari Kawata, KYOTO.
Volto a te escrever amanhã.