As cartas se repetem em sentimentos, ou sentimentos se desdobram em missivas. Este livro, presente de Natal, enriqueceu a sacola do Papai Noel. O amor aprende a ver, e saber o outro. Presente, – transparência quente deste sentimento.
“Escrevam-me ao menos uma linha, N.D. Eu agora estou indo para um verdadeiro deserto, para a Ásia, e lá, em Semipalatinsk, sinto que todo o meu passado, todas as memórias e impressões, irão me deixar, pois os últimos seres humanos que eu ainda tenho para amar, e que eram como a sombra de meu passado, agora terão de me abandonar. Eu me acostumo tão rapidamente aos outros, e adapto-me tão bem ao ambiente, que não consigo partir, quando chega a hora, sem sofrer muito.
Desejo que você seja muito feliz e por um longo tempo, N.D! Se viermos a nos encontrar novamente, iremos nos conhecer como se fôssemos pessoas novas, e cada um de nós terá vivido, quem sabe, muitos dias felizes.” (p.79
XXIII. Carta á senhora Natalie Dmitrievna Fonvisin: Omsk, fim de janeiro / início de fevereiro de 1854.
Dostoiévski correspondências 1838-1880, Tradução de Robertson Frizero
Editora 81Inverso
Santa Cruz do Sul, Travessa Canoas: Ana Maria e eu encantada com a filha…