RUI e saudade

RUI presente nas noivas! Nos acompanhou por tanto tempo!

Fotos saudade! O pai Suzana e a mãe. O Moog eu e Geraldo.

Valeria um texto! De repente vi o tapete…Sim a vida festejou! Chorar faz parte agora e levar a saudade como troféu. Ele e a mãe eram tão amigos! Doris, choramos todos!

gala eu com roupa do rui

Outro momento de RUI… a nossa juventude, claro! …e tanta saudade!

na barra do vestido

Se o sentimento aparece enviesado/malbaratado, pendurado na barra do vestido, desconfio! É como se estivesse nua, despida, despudoradamente transparente visível o cheiro do amor…

O  amor se arrasta pela calçada. O vestígio se deixa ficar exposto preguiçoso alvissareiro. E o vestido, descomposto,  a brincar… Beth Mattos – abril de 2019 – Torres

pruridos

sou eu que estou esquisita, fora do lugar, ansiosa, estranha, atordoada… Não consigo escutar notícias, não são elas as nossas meninas jornalistas, não são eles os repórteres, mas os pruridos indecisos. Esta esfera, esta conversa fiada sobre hidratação desidratação, fazer ou não fazer reforma disto ou daquilo. Na próxima eleição!!!!! (sorrindo) Um bom nome feio, feiíssimo resolveria. Ou mandar o recado: votem ou não votem esta música, esta dança não escutarão mais…, não votaremos em vocês. E. M.B. Mattos – abril de 2019 – Torres – cansada desta conversa fiada.

Pruridos é sinônimo de: comichões, titilações, sarnas, pruídos, coceiras, pudores, i … … Hesitação relacionada com valores morais: 2 pudores, irresoluções …

fogo frio

O fogo frio do sexo queima em nós como um sol; nunca é completamente extinto. Por isso talvez uma descrição nua do abraço físico pode nos transportar a um estado que transcende o erótico, pode criar em nós uma ilusão de estarmos escondidos da visão daquele que tudo vê, pelo menos por alguns momentos ofegantes.”(p. 83) Henry Miller O mundo do sexo 

Por que somos tão cheios de restrições! Por que não posso estar Eu solta leve e… Sempre amarrada, carente, ofegante. Não pode ser assim viver. Há de se ter liberdade e ousar. Então, nem escrever, dizer, ler ler ler feito uma possuída, ou passar a noite em claro resolve. Não vou gritar agora porque estou sempre aos gritos. Vou tentar ficar equilibrada, normal.

Confrontar o minotauro e assassiná-lo equivale a ser morto. Assim o passado é cortado e o futuro também. Nada do que aconteceu, nada do que poderá ou irá acontecer tem mais importância ao ponto de pesar sobre nós. […] Por que contar algo então/ Por que continuar? Porque é um prazer gratuito. Levar uma vida divorciada dos livros e das confecções de livros, viver sem sexo, sem companheirismo humano será tão terrível?”(p.81)

As respostas, as danadas e terríveis respostas, o normal, o natural fica todo enredado em paliativos, historietas coloridas, um trágico sem tragédia, um dia… E toda esta terrível, idiota, bolorenta insônia em noite sem lua, sem graça, apertada fica tão estúpida… Um terrível mau humor, aquele dia que quebrar pratos, jogar uma xícara no chão e chorar faria muito bem. Não sei onde guardei estas lágrimas boas de escorrerem  e de se lamentarem. Estou tão… carente, sozinha, triste, chorosa e… Não aceito. Não digo. Faço de conta. Desenho e bordo quando apenas um beijo, um toque, um “estou aqui” se resolveria. O novo, o inventado, o fantasma que se esconde do outro lado do muro. Enquanto assiste futebol, cozinha, joga cartas, bebe cerveja e dá risadas, eu arranco os cabelos. Não. Não. Isso não é justo. Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2019 – Torres com sol e dia quente. Atucanada comigo mesma. Estou furiosa! Irritada. Droga de vida! Não adianta ir para o tanque, tirar o pó, ou caminhar. Estou toda errada…

“Os homens tem uma tendência para levar as coisas a sério, em vez de tragicamente.  Estão sempre olhando além do nariz para coisas mais importantes do que têm à mão. O amor, quando ocorre, é algo para ser feito nos bastidores, por assim dizer. Para eles, o verdadeiro drama sempre acontece no palco do mundo.”(p.73)

Se volto ao passado eu me sinto livre, dona do tempo, dos amores amados, livre, completamente livre. Agora tenho sido ‘responsável’, e eu me pergunto o que me segura? Responsável por quem, quando e como? Amo o Rio de Janeiro no que ele tem de mais incrível, o cheiro do mar…

Eu que estou perto do mar e do rio, onde estão os odores certos? Péssimo dia. Bom! Abril está quase no fim.

haiku de bashõ

agarrada numa insônia agitada, inquieta

não posso definir, sinto e acabo por me debater, por dentro. Abro um livro, qualquer um… Ler tem este socorro imediato, rumo; ao mesmo tempo,  sem explicar, vou ficando… Viver tem esta dor apertada, depois explosão de alegria e prazer. E.M.B. Mattos – abril de 2019 – Torres

Mojadas,

Inclinadas:

Peonias bajo la lluvia.

 

Ruidos en las ramas,

Temblores. Mi corazón se detiene

Por la noche, lloro…

En esta noche

Nadie puede acostumarse:

Luna llena

BASHÔ  /  AZERBAIJÃO – adoro Fórmola 1, o esporte tem uma gota quente!

 

 

resiliência

saudade tua e minha  /  estranho…, ainda presa: resiliência

rosas

esqueci… esqueci onde eu me agarrava para ser forte / esqueci o eixo e o beijo / larguei coerência / perdi o tempo – será isso resiliência? era brinquedo / um jogo…

eu te perdi

(E.M.B. Mattos – Será que foi por nunca ter tido?)

 

vulnerável

hoje mais do que ontem, talvez porque escuto música e a noite fechada, ou a possibilidade de ser mulher, um olhar, não sei, sinto medo e me atrapalho… o amor tem suas frestas e pedras a serem polidas. Caminhos perdidos a serem reencontrados. O amor tem um corpo que reclama. Todas as minhas inquietações e tristezas estão amarradas em ti, nas tuas palavras, por favor, vem me libertar… atende ao telefone, fala comigo, explica. Ou não diz nada. Deixa eu te olhar apenas uma vez e ir embora. Te apieda deste amor desgovernado estéril e intenso…

Passei tantos anos tentando agradar/ fazer a coisa certa / dizer a coisa certa / harmonizar -, hoje isso me pesa. Hoje não quero mais fazer o certo, o correto, mas apenas ser eu mesma sem medo. Droga de medo! Medo de mim, das pessoas, dos passos, de tanto sol! Não quero me preocupar se estou certa ou errada, quero seguir meu coração e chegar onde estás. Não importa a certeza de que meu fazer, o meu sentir, o meu desejo tenha peso ou valor, ou colorido. Quero as coisas do jeito que sou / do jeito que eu sinto. Não me importa mais acompanhar / confraternizar ou sorrir ou dizer ou querer ser aceita por inteiro, ou metade. Nunca é o todo, sempre parte. Não importa o que pensem a teu respeito a meu respeito, se estou certa se estás errado. Importa que estou/ sou como sou, aceita ou não.  Não quero entrar na caixa e ser etiquetada. Se soubesses o tanto que significou dizeres/ falares… tu sublinhaste tanta coisa esquecida!  Quero ser uma pessoa comum, perdida para os outros, encontrada bem nos meus limites de mulher!  Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2019 TORRES – faz um ano ou quase dois, eu não sei. Faz toda a vida  e eu acordei.

tu

o lugar certo / o lugar neutro / o possível.

o inteiro de dois pedaços: o outro

Depois de tanto tempo neste tempo arrastado lembrei de ti forte forte, forte (quase vivo), de ti e de nós dois que nem somos/ não fomos…

eu  a olhar teu desencontro, tua explosão no espelho que sou eu…

vaidade esta tua vida tão do teu jeito! …e eu a te desejar menina, vou me despindo para o abraço, e fecho os olhos, somos ontem, antes de ontem, somos sempre… Elizabeth M.B. Mattos – abrir de 2019 – Torres

se as histórias se explicassem

As mesmas e inacreditáveis fábulas da vida balançam… Nenhum sinal, nem alarme, nem grito, nada. Vou passar o café, esquentar o pão, descascar a laranja e beber, mais tarde, o leite gelado. Boa menina. Escuto música e dedilho ordenando as letras, pas en français, sempre português, nem japonês. A memória assusta com as pancadas naquela porta . Não abro. Transbordada e comovida de saudade eu te penso, materializas.  Eu te abraço. Elizabeth M. B. Mattos – abril de 2019 – Torres

chuva

…a chuva veio cheia de personalidade e poder, mas se enfiou pela grama, desceu para a lagoa. Acordou os peixes, saltaram! E veio o sol… não tenho mais como te contar daquele estrondoso braço/abraço de trovoadas. Beth Mattos – abril de 2019 – Torres