Utilidade prosaica

Já deves estar no meio dos acontecimentos, bem vivendo o acho o penso e a própria especulação do bom sentimento. Depois de uma longa ausência. Este presente/ cadeau/ gift particular belo único e excêntrico do amor.

Bom não ter escrito antes. O antes estava cheio de pressentimentos contaminados e contrários ao sucesso do encontro. O reflexo de tantos assassinatos, doenças e acasos me agarrou pelos cabelos, e me arrastou sem dó. Nada dá certo porque nada é correto e justo. A lua cheia balão iluminado por lamparina precária.

Graças!  O mês de janeiro terminou, ou caminha para o fim … Como tu limpei, cozinhei, e fiz acontecer dentro de casa até sentir prazer dever cumprido. A lida doméstica  tem este cheiro de obrigatoriedade útil e complacente.  Utilidade prosaica e vida, vida acontecendo … Vida urbana, leve, e quem sabe, adequada. E  me pergunto o que deve ser exatamente útil e por que complacente? Pois é amiga, não deveria estar escrevendo, não estou pronta   …. Tudo me irrita e aborrece. O ruído insistente do cortador de grama, o uivo do vento, os olhos ardidos. A canseira no corpo da noite vigilante e mal dormida. O cheiro da chuva que vem caminhando … E, como sempre, muita coisa fora do lugar porque sigo limpando escolhendo isso e aquilo preparando as gavetas abrindo espaço e …  E … e … acho que desperdiço tempo, hora, mas o iluminado encantamento insistentemente gruda na pele e me salva. Penso amor,  depois, antes, e hoje e já o prazer … brinco na música, na dança, e acho graça do azedume.

Sinto falta das tuas conversas compridas e abertas. Sacudindo aqui e ali mazelas e alegrias. Pensei na tua saúde e fiquei atordoada. Nunca sabemos como é adoecer …. Eu me assusto com olho direito que acordou inchado, com a dor nas costas, a enxaqueca, e o desânimo, a maldita ansiedade que me segue a passo curto. Então o silêncio pode ser inimigo. Se me contas, comentas, reclamas, gritas ou choras, pronto, terminou. No dia seguinte estamos plenas de vitalidade. Se guardamos, amiga, amolecemos …, e a alma fica como que entupida de doenças. E as do amor são as piores. Não deveria ter escrito, mas se espero para amanhã será tanto amanhã, amanhã …

Se espero o amanhã não vejo a neve da estrada, nem a natureza cinzenta particularmente linda. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2017

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Susan Sontag

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Fragmento de um conto escrito em 1996 chamado Uma carta para Borges

“Você disse que devemos à literatura quase tudo o que somos e fomos. se os livros desapareceram, desaparecerá a história e também os seres humanos. Tenho certeza de que você está certo. Os livros não são apenas a soma arbitrária de nossos sonhos e memórias. Eles também nos dão o modelo da autotranscendência. Alguns pensam que a leitura é apenas uma forma de escapismo: uma fuga do mundo “real”cotidiano para um mundo imaginário, o mundo dos livros. Mas os livros são muito mais. São um modo de sermos plenamente humanos.” Susan Sontag

 

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as cartas não escritas

Minha querida, minha amiga querida, pensada, pensada, imaginada e distante. A última carta que te escrevi era uma coisa comprida cheia de emoções atrapalhadas, misturadas e esquisitas… E o tempo. O tempo que não nos espera. Às vezes vem a minha memória o jantar que vocês me ofereceram naquele restaurante italiano na beira da lagoa, e falei, falei tanto, e sem pausa, e tanto falei e nervosa que mal comi, … e me afligi … Esquisita sensação. Por que deixamos de ser apenas nós para nos impor uma representação teatral, não fosse saber que estamos sempre nesta exposição enlouquecida que é viver. E agora lembro do acaso quando eu me deliciava com utensílios de cozinha sensacionais numa loja de importados te vi passar. Bonita iluminada numa conversa feliz. Passo alegre. E foi um abraço gostoso. As lembranças! Hoje o dia amanheceu todo mais claro depois de chover cinzento, enfiado a trovejar por três dias e três noites…. Muita e muita chuva. Viajo pelas estantes limpando livros, separando os que não lerei, os que vou doar, os que vou esquece, mas também separo aqueles que possivelmente vou reler se tempo houver. Misteriosa relação  Misteriosas saudades.

Por que deixamos de ser apenas nós para nos impor uma representação teatral, não fosse saber que estamos sempre nesta exposição enlouquecida que é viver.

Enquanto espero você

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Escrevo, mas você não está. Outras vezes escrevia sabendo que você estava perto muito perto chegando ao escritório, ao jornal. Escrevendo uma carta, assinando um texto… Em Buenos Aires, São Paulo, na Itália. Ou na Suíça, e perto. Sempre estava comigo. Atravesso o portão, e já na calçada sonho com o outro lado, perto. Estou em casa depois de um dia de bastante trabalho, trago suas cartas. Enquanto leio estou ao seu lado, escuto a voz, e sinto o cheiro… Os animais se reconhecem pelo cheiro.  Eu me agarro de carta em carta. Espero pela manhã a carta da noite, e encontro na volta, a carta da manhã. Teus enormes telegramas. Não raro leio de pé antes de subir a rua, e muito me escapa porque caminho, tropeço, e também porque leio com avidez. Leio sem tirar o casaco para não perder tempo algum, estar contigo. E muito me escapa, há que reler, e no fim há duas cartas, uma primeira que soa como música, e uma segunda que é feita de palavras. Não vais chegar na hora nem no dia marcado. Houve outro contratempo. Vais telefonar. Não atendo ao telefone porque engasgo com tantas datas prometidas e adiadas. Uma carta olhos azuis, outra a magreza, e já na outra o dia incerto e a espera. Eu te amo. Leio o outro lado do mundo, imagino como você se movimenta, o que faz, ou se está com medo. Talvez você sinta medo. O medo está nas ruas. Bandidos engravatados. Esperando…  Respiram este medo, e, tecem macabros assassinatos, ou sinistros desvios. Medo é o sentimento chave do momento. Também esperar. Crimes e tantos acidentes inexplicáveis!

Lamber a faca numa refeição, ou depois dela, é no mínimo solitário, esquisito, mas sempre proibido, interditado. De guerra o gesto porque nela existe a liberdade de tudo poder. Mas não podemos tudo. Comer batatas cruas.  Mas não estamos exatamente em guerra, e a mesa posta para o chá, linda! Empurrar o prato é um gesto de enfado e impaciência. Esticar as pernas, mais enfado. Eu me escandalizo, não reconheço você. E penso que pode ser descuido de envelhecer… , não é intimidade. Falta de educação. Será que eu também estou/ sou assim largada gulosa glutona, voraz? Engasgo. Lamber não pode acontecer. Equívoco? Não te reconheço. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro – 2017 – Torres

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Penso. Você esqueceu de me levar para o nosso mundo, e me largou a esperar por você…  Vou brincar no banco da praça, e depois reler as cartas. Diurnas, notívagas. Cartas insones mais tarde, enquanto penso que me pensas.

Desencontro no encontro

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… não sei exatamente o que escrever hoje dia 26 de janeiro porque estou a pensar no dia 27 de janeiro dia que  Valentina nasceu… A vida segue com encontros e desencontros. Inusitadamente mágica.

“Um dia quando/se eu tiver uma casa com peças muito grandes e paredes nuas vou compor um quadro enorme que contará melhor do que qualquer livro a história dos meus amigos; e um outro que contará a história dos livros que importaram na minha vida. Colocarei um na frente do outro, e estarão cheios impregnados um do outro, de tal forma que cada um apagará o significado do outro. Nenhum homem pode esperar viver o suficiente para contar com palavras todos os acontecimentos, todas as suas experiências insondáveis. Isso é apenas possível através de símbolos, sinais, constelações que descrevem seu mysterium no céu meio as estrelas consteladas …” Henry Miller

“Un jour, quand j ‘aurai une maison avec une grande pièce et des murs nus, j’ ai l ‘intention de composer un immense tableau ou grapphique que dira mieux que n’importe quel livre l ‘histoire de mes amis; et un autre qui racontera l ‘histoire des livres dans ma vie. Un sur chaque mur. l’un en face de l’autre, qui  imprégneront l’un de l’autre, qui  s ‘effaceront l’un de l’autre. Nul homme ne peut espérer vivre assez longtemps pour faire, à l ‘aide des mots, le tour de ces événements, de ces expériences insondables. Cela n ‘est possible que par le truchement de symboles, des graphiques, à la manière de ces étoiles qui écrivent leur mysterium constellé. ”(.p33)

Un diable au paradis Henry Miller

Macabro sinistro violento

Há qualquer coisa de macabro sinistro violento nestes pacíficos acidentes fatais. O assassino desaparece como se fosse um mártir, não deixa vestígio, nada se explica …. Fica o cheiro fétido da morte.  E o motivo era caminhar até o parque, visitar o filho, comprar flores. Estar no evento. O inesperado da morte em acidente fatal. As pessoas desaparecem no negro do acaso, e nada pode explicar. Perplexidade. As bruxas desaparecem, os feiticeiros se transformam em anjos. E o que era história vira lenda. Celebrações na despedida, abraços, flores e música. Multidões depois  silêncio. Uma cabeça, um braço, uma informação pelo mutismo constrangedor do acidente, que se diz, fatal. Um amontoado de especulações que se arrastam, uma ameaça velada. Uma lágrima atômica. Constrangimento. Não, não pode ser fim, nem meio do caminho, mas o começo, sempre o começo. Sempre importa o dia seguinte. O vácuo, uma cadeira vazia, uma história. O depois importa. O dia seguinte …. Muitos ainda vivem. Pedras arremessadas, mas voltam dispersas para serem reorganizadas, e temos o jogo. O puzzle requer atenção, maestria, cuidado. Elaboração, preparação da matéria, da dificuldade, da solução complicada, lenta. Se apaga se o mestre não socorre, não explica, e sempre tem um mestre por detrás do assassino, da aventura, do inesperado ….  um mestre para fazer/ criar um verdadeiro puzzle. Quem será o Mestre?  Diabolicamente sofisticado. O quebra cabeça se desenha na inteligência, neste caso, macabra de um criador.  E a morte? Eliminar se transforma numa medida radical lúcida lúdica fácil inexplicável e lógica porque assertiva. Estes macabros acidentes nos deixam secos.  Não há lágrima neste ir e chegar que não deu certo, o desencontro casual. O tal encontro com o ponto final.  Estou diante de uma folha de papel branca e de um ponto preto que tanto pode ser o final ou o começo. Não entrei na sala, não fui vê-la porque estava exausta de uma exausta chegada e o amanhã seria o bom dia. E foi no amanhã enquanto eu dormia que ela morreu, ele morreu. Nada disso pode mesmo ter acontecido, fantasia. Tudo invenção, tudo história sem graça. Não entendo porque insistem em contar para as crianças tal fábulas! Há qualquer coisa de macabro nesta morte repentina, na morte acidente.  Sinistro adormecer a rainha oferendo no cálice dourado o veneno mortal.  Enquanto eu dormia ela morreu. Assistimos passivamente estas mortes que se fazem acidentes. Serão apenas um acidente, ou um assassinato? É preciso voltar ao início.

Torres, 19 de janeiro de 2017. Mais um acidente fatal, desta vez um ministro desaparece. E. m.B. Mattos – Torres

Encontrar sem conhecer

Franz diz assim: Se eu tivesse encontrado você antes, teria sido bem diferente, mas antes eu não poderia tê – la encontra, o primeiro momento foi Müritz. Eu não estava pronto antes disso. Tudo precisou acontecer como aconteceu, apenas então eu pude ter você e vir para Berlim e viver assim, como vivemos.”(p.98)   De Michael Kumpfmüller, O esplendor da vida, LPM Editores,2016.

Encontrar sem conhecer. Resolvo escrever, e contar. Da festa, da música e do encontro. Pela foto imagino você um leitor curioso. Um homem gentil. Viajante. Encontro beleza alegre esparramada embutida …  Das imagens a história. Curioso movimento de sair e chegar e trabalhar e estar. Portugal Brasília Rio de Janeiro Torres Porto Alegre. Olho os livros. Caminho encabulada pela sala e me sinto intrusa, embora acolhida. Bebemos água gelada com limão. A ansiedade toma conta do olhar, da voz que brota desordenada. Um assunto dentro do outro. E olha espantado, também encabulado. Inquieto por sua vez, e não me faz calar. Sentado naquela poltrona grande verde escuro você me escuta atônito. Por que seria fácil estar na sua casa?  Sigo falando e me dou conta que a voz está alta, acelerada que você não deve estar entendo, apenas escutando. Tenho vontade de rir. O que estamos os dois a fazer? Vontade escondida de novidade que espia. E o acaso se encolhe envergonhado. Eu já sabia! Conheci você naquela festa alegre dos noventa anos da tia Mariazinha. E você não estava lá ….  Sim, temos esta ilusão de acreditar no imaginado. Se você estivesse lá teria reconhecido você. Comentamos o seu último livro lido. Contei estórias. E mencionamos noites grandes, manhãs enormes. Sei que você adora o som dos pianos. E imagino o dia seguinte, debruçada no dia de hoje. Leituras demoradas …  Saudade do que já passou. Estamos os dois a dividir esta coisa esquisita da nostalgia. Você quer contar, quero ouvir. Vou sacudir o medo dos absurdos, vou me encontrar com o prazer de chegar, e escorregar nesta enorme alegria. Eu estou escondida no seu abraço.

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Uma ciranda

Estou pensando em ti sem ter o que dizer.  Escrever a coisa certa e … esquisita sensação. Impotência. Assim mesmo lembro de todos Ana Cristina Roberto Miguel Luiza Magda Sandra João Ana Lucas Joana Pedro Marina Cristina Suzana Tânia Maria Eduardo Cláudio Odila Beatriz, outra Maria, Ana Luisa e  Luiza Sandra. E deve ter ficado muita gente longe Leonardo, Bárbara, Roberta e Cristiana. Sônia Simone carioca, Paulo Sérgio, Geraldo e Sergio, também Izabel. Flávio …  Claude, Jean Pierre, Lorena, Maria Inês, Armanda, Tereza. Amigos e amados, irmãos e irmãs. Ana Helena, Stella e Valentina. Queria escrever uma carta para cada um em especial, derramada, detalhada. Marta. Roberto.Do meu olhar, da minha lembrança Anita. Carmem, Luiz Fernando. Fernando Antônio, Fernanda, Isabel, Maria Lucia … esqueci. Mauro, Neide. Felipe. Guilherme e Antônio e Adolfo. Outro tempo que se esparrama neste verão, nessa alegria de dizer. Lise, Branco. Estou pensando em ti mesmo que agora não tenha nominado nem o André, nem o Ricardo, Laura, Marcelo, Paulo e Juliette. Márcia. Tudo é saudade misturada com a nostalgia numa ciranda …” Meu querido olhe, escreve ela. Pode me ver? Estou sentada no jardim, na mesa longa por conta de Berlim. Metade de mim está aqui à mesa, metade em seu novo quarto, que acredito ser claro e espaçoso e onde quase sempre brilha o sol. Não sei para onde vou, escreve ela. Venta muito. Tudo farfalha, voa, não quero ficar num lugar assim, também esta carta quer ir embora rápido, com mil beijos, sua Beth.”(p.53) O esplendor da vida O último amor de Kafka, Michael Kumpfmuller da LPM Editores(2011)

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Outra vez o começo

da história sem encontro…

Dentes perfeitos, limpos. Escovados. Castanhos olhos confiáveis. Comedido nos gestos. Elegância discreta, aparente recato. Fala mansa. Subserviente. Fácil. Talvez a irmã fosse o chamariz. Éramos ligadas, e fisicamente, parecidas. Gentil, aparentemente, modesta, comedida. Família de aparente normalidade. Equilibrados, seguem o fio esticado pela matriarca e poderosa senhora. E, de poder eu não entendia nada. Tocante irmandade afetuosa. Ele tinha dentes perfeitos fala mansa e bom português.

Apressada ideia de casar a minha. Selo de garantia. A vida como tinha sonhado: pacífica. Com filho, leitura e escritos… Independência de quintal, mas assim mesmo, amigável e serena. Fácil ser feliz, abrir mão de / do mundo. E não houve dúvida. Logo estava noiva, e, particularmente feliz.

A facilidade se desdobra com mágica e certeza. O perfeito e irretocável mundo da fantasia e um aparente príncipe com dentes alinhados e bonitos.

Se eu fosse começar a contar da menina, da moça e da velha deveria escrever num único fôlego esticando o fio sem parar sem olhar para o feito. Vencer a barreira do pudor, do medo, ou sei lá do que mais. Escrever. Como se fosse apenas um relato aberto sem espiar o efeito sem respingos de censura. Como devem ser os diários, as cartas, as confissões. Elizabeth M. B. Mattos – janeiro – 2017 – Porto Alegre

O outro explica melhor

Estou cansada. Reli o que escrevi até agora com alguma ansiedade. Será que consegui explicar-me? As coisas amontoam-se na minha cabeça; para saírem, empurram-se e acotovelam-se diante de saldos de fim de estação. Quando raciocino, não consigo ter um método, seguir um roteiro que se desenrole com sentido lógico do começo ao fim. Às vezes fico pensando que isso se deva ao fato de eu não ter ido à universidade. Li muitos livros, muitas foram as coisas que despertaram a minha curiosidade, mas sempre com uma parte a minha cabeça pensando nas fraldas, outra nas panelas, e outra mais nos sentimentos. Quando um botânico passeia por um jardim, escolhe as flores segundo uma ordem precisa, sabe o que lhe interessa e o que não lhe interessa nem um pouco; decide, descarta, estabelece relações. Mas se for um mero visitante, as flores serão escolhidas de outra forma, uma porque é amarela, outra porque é azul, uma terceira porque é perfumada, uma quarta porque estava bem ao lado da trilha.  Acredito que o meu relacionamento com o saber se tenha dado mais ou menos dessa maneira confusa. Sua mãe não se cansava de me repreender por isto. Toda vez que tínhamos alguma discussão, eu sucumbia quase imediatamente. ‘Não tem dialética”, ela dizia. ” Como todas as pessoas burguesas, você não sabe defender seriamente o que pensa.” (p.41)

 Vá aonde seu coração mandar, Susanna Tamaro. Rocco, Rio de Janeiro,1995. Tradução Mário Fondelli

O livro é uma longa carta de amor de cento e trinta seis páginas. ” […] na tentativa de recuperar um relacionamento comprometido por incompreensões mútuas. A avó nada esconde, ainda com o risco de parecer dura” …