Louco Amor

Resta insinuar-nos, sem grandes pressas, entre os dois impossíveis tribunais que se enfrentam entre si: o dos homens que eu, por exemplo, fui, quando amei, e o das mulheres, que me surgem, todas elas, vestidas de claro. Assim o mesmo rio redemoinnha, deixa marcadas as garras, desvenda-se e passa, preso do encanto das doces  pedras, das sombras e das ervas. A água, enlouquecida com seus redemoinhos, com uma autêntica cabeleira de fogo. Para fluir, como a água, em pura cintilação, seria necessário perder a noção do tempo. Mas que defesa existe contra ele? Quem nos ensinará a decantar os prazeres do recordar?” (p.9 André Breton/ O Louco amor)

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