“Então, ele lamentava não ter aprendido a arte de pensar, começando por dobrar o segundo e o terceiro dedos a fim de colocar o indicador sobre o sujeito e o dedo mínimo sobre o verbo, como seu professor de latim ensinava, e lamentava não ver sentido na babel de dúvidas, desejos , imaginações e temores que lhe doíam na cabeça. E com menos força e coragem, ele também teria abandonado para sempre a possibilidade de vir a saber que tipo de ser ele era, como viveria, e viveria vencido, às cegas, num mundo louco, em meio a estranhos.”
Becket, Samuel. Malone Morre. S.Paulo.F. – Q M Editores Associados Ltda. (p. 26)