Rio Grande do SUL

Rio Grande do SUL

Rio Grande do Sul, ao tempo dos primeiros povoadores, carta do mestre de campo André Ribeiro Coutinho no ano de 1737 ao seu superior:
“A este país, meu senhor, tenho chamado a terra dos muitos, e ouço Vossa Mercê a razão. Na verdade, há muita carne, muito peixe, muito pato, muita marreca, muito pântano. No verão, muita calma, muita mosca, muita mutuca, muito mosquito. No inverno, muita chuva, muito vento, muito frio, muito trovão. E em qualquer tempo, muito trabalho, muita faxina, muito boa água, muita esperança e muita saúde para bem servir a Vossa Mercê.” (p.12)
Luiz Carlos Barbosa Lessa. Nativismo. LPM Editores

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FOTOS de ANA MARIA VIANNA MOOG

Abraçar a beleza

O que é bom ou mau para o Estado, para  acidade, para o país?  Conhecer a polis, a política, e conversar, sair de mãos dadas com a vida. Mudar. Aprender. Reagir.  Reagir a violência, maldade, corrupção. Ao excesso de  poder.  Mercado de favores.

Caráter.  Boas intenções.  liberdade.  Por que  agressão gratuita, invejosa; e prepotência  risonha?

Vamos abraçar a beleza. Ao mar…

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Foto do Blog http://thefullerview.tumblr.com/

Padrinhos e cartões

Padrinhos e cartões

Suzana Coufal, Anita e Roberto Menna Barreto Mattos, Tânia Assis Brasil, Maria Benedita e Telmo de Athayde Bohrer, Margarida Coelho de Souza e Maricota Kroeff

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Caio Ribeiro, Sr. e Sra. Evory Schmidt, Lurdes Vianna Moog, Sra. Ana Maria e Aroldo Rodrigues, Sr. e Sra Airton Schuck

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Túnel do Tempo

010Casamento em 1968

O biombo é do pintor gaúcho Glauco Rodrigues

Beth, Geraldo e eu

 A prima Beatriz de Athayde Bohrer, minha Dama.

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Igreja São José. Padre Miro. Fevereiro de 1968.

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FOLHA da TARDE, 10 de fevereiro de 1968

Elizabeth e Geraldo

Na tarde de ontem, na Igreja São José, Elizabeth Menna Barreto Mattos, filha do casal Roberto e Anita Menna Barreto Mattos, tornou-se senhora Geraldo Camara Moog. O noivo é filho do escritor Vianna Moog, que veio especialmente do México, onde desempenha funções diplomáticas, A Igreja São José estava repleta de convidados, representando a sociedade gaúcha.

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ZERO HORA, 12 de fevereiro 1968

Beth Menna Barreto Mattos foi uma noiva linda, usando modelo original. Seu tipo de beleza do Sul fazia complemento perfeito com a grinalda (RUI), que lhe adornava a cabeça. No altar da Igreja São José, a cerimônia foi das mais elegantes para o enlace de Beth e Geraldo Câmara Moog. Foram padrinhos o professor e a sra. Aroldo Rodrigues, Gen. E sra. Olavo Vianna Moog e Gilberto e Ligia Moog pelo noivo. Pela noiva, foram padrinhos, Júlio e Maricota Corbetta, Flávio e Ivonne Pinto Soares, Carlos Eduardo e Margarida Coelho de Souza.

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No atelier do RUI

Com Cristina e Marina Assis Brasil, as sobrinhas.

Com Mafalda e Érico Veríssimo

Rio de Janeiro 1970 num almoço com os Veríssimo. Geraldo com o pai e a mãe, Friga e Codomir Vianna Moog e Ana Maria bebê.

Rua Viúva Lacerda Botafogo.

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1972 Sítio Arapiranga, Petrópolis. Rio de Janeiro

Athayde e Bohrer

Athayde e Bhorer

PRIMEIRA COMUNHÃO em GUAÍBA

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1929

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1933

Clóvis de Athayde Bohrer e Telmo de Athayde Bohrer

sobrinhos de Otaviano Alves de Athayde

filhos de Felícia de Athayde Bohrer, a Dinda 

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1935 uma lembrança do primo mais velho, Júlio de Athayde Bohrer

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A Dinda

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JOANA ALVES de ATHAYDE

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Colégio Santa Catarina  Hamburgo Velho

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ATHAYDE Bohrer e Alves de ATHAYDE

Julio de Athayde Bohrer

Clóvis de Athayde Bohrer

e Telmo de Athayde Bohrer

os primos irmãos

ANITA DE ATHAYDE e JOANA DE ATHAYDE

minha mãe Anita e minha tia Joana

filhas de Otaviano Alves de Athayde

Nesta foto Roberto Menna Barreto Mattos e Anita de Athayde Mattos

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Colégio São José 1935

Colégio São José 1935

As formandas – São Leopoldo – 1935

Anita de Athayde oradora da turma:

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Exmo. Sr Othelo Rosa, D.D. Secretário de Educação e Saúde Pública, caro Paraninfo, Imo. Sr. Cel. Teodomiro Porto da Fonseca, Exmo Sr. Cel Antenor Barcellos de Amorim, Sr Madres e Irmãs, Caros Professores – Dona Estela Daudt  e Lucia Alencastro, Dr. Jorge Paleikat, SR. Jorge Black e Tte Mario Tompson Flores, homenageados nossos.

Meus senhores, Colegas:

“Vamos deixando um pouco de nós mesmos pelos lugares aonde  passamos e a vida é plena de momentos significativos que o tempo leva sem que os indivíduos deles se apercebam. Em tudo o que passa pela vida fica uma partícula daquilo que somos; de tudo o que se nos aparece no caminho, vai conosco algo do que seremos; e assim tudo o que nos fez vibrar fica sendo um pouco de nós mesmos enquanto, por nossa vez, aprendemos a piedade para com as coisas e para com os homens. À medida que evocamos os dias já vividos, sentimos a força que a eles nos prende e a intensidade com que influem no perpassar de novos dias. Momentos há, porém, em que a súbita transmutação de aspectos e cenários revela acontecimentos tão significativos na vida que o indivíduo se obriga a escutar o coração, enquanto a alma se comove toda inteira no turbilhonante entrechoque dos sentimentos. Para nós é chegado este momento todo palpitante de emoções. Alunas deste colégio que viu passar a nossa adolescência, eis – nos, já moças, transpondo o limiar em que ingressamos quase crianças ainda. O primeiro passo foi dado, e aqui começa a jornada. Antes de partirmos, digamos o que nos levou a solicitar do Sr. Othelo Rosa. M. D. Secretário de Educação e Saúde Pública, a honrar de paraninfar nossa turma. Nesta casa, aonde viemos dessedentar nossas inteligências com algumas gotas de sabedoria profana, e alimentar nosso espírito no estímulo da religião do Cristo, nesta casa, aprendemos a cultuar os verdadeiros valores. Daí a origem do nosso gesto. Sr. Othelo Rosa, como paraninfo nosso, permiti vos veja apresentada a mais sincera homenagem com o “obrigada’ desta turma que mereceu a partícula distinção de receber como protetor, uma das mais legítimas glórias rio-grandense, uma das figuras mais destacadas nas letras gaúchas, um dos maiores benfeitores da instrução de nosso Estado. Fale de seu valor, seu próprio nome a se impor cada vez mais como autoridade reconhecida nas questões de Ensino Sr. Othelo Rosa, as alunas mestras deste colégio, que de vossas mãos acabam de receber diploma, agradecem a gentileza com que lhes acolheste o convite, abrilhantando esta solenidade com vossa presença. (…)

Anita de Athayde

minha mãe Elizabeth Mattos

Colégio São José – São Leopoldo – 1936

005Foto – 1935

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OTAVIANO ALVES DE ATHAYDE

meu vô materno

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Mala pequena

Dia em abril com este abril de brilho. Sol. Quietude. Viajei dois dias para chegar ao chalé. Verde. Azul. Marrom. Bege. Tem água, árvores, areia, terra. Flores. Abri a mala pequena e peguei lápis, caderno. Antes empilhei os livros, tirei os manuscritos, também o bloco de croquis. (Depois, passarei as cores) Descalço os sapatos e levanto a saia para ter as pernas ao sol. O mar está naquele ir e vir tão parecido com o ritmo da vida. Desenho teu rosto. Acerto, menos a boca. Não é cheia…/ou é muito mais carnuda. Tem um sombreado duro. E eu te vejo empertigado, cerimonioso, inquieto. Aflito. Feliz. Vens ao meu encontro. Escolhes as cores das camisas, deixas de lado aquela bermuda que eu gosto, o que importa, chegas. Ou te olhas no espelho? A vaidade, às vezes, se perde na incerteza… Posso estar na tua vida? O que é mesmo que significa estar na vida de uma pessoa? Tu podes me explicar? Ah! Oxalá chegues logo. Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2013 – Torres

IBERÊ e Giorgio de Chirico

IBERÊ e Giorgio de Chirico

Iberê aprendeu com o mestre o modo de trabalhar, de misturar as tintas, os pigmentos. Já o filósofo e sociólogo Jacques Leenhart lembra que há, inclusive, figuras emblemáticas que aparecem na obra de ambos, ainda que de maneira diversa ´caso dos manequins e até mesmo dos carretéis, tão caros a iconografia de Iberê.

Porto Alegre, quinta-feira, 8/12/2011 ZERO HORA

Os sinais

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Minha muito amiga Beth,

Vou te explicar o que se passa comigo: estou com tendinite  inflamação dos tendões da mão, segundo diagnóstico do neurologista e demais especialistas que me examinaram. Para recuperar o movimento do polegar (mão esquerda), faço, diariamente, ionização, infra-vermelho e ultra-som, além da medicação específica. O tratamento dura um mês, no mínimo. Isso impede que me afaste, no momento, de Porto Alegre, salvo se for para onde possa continuar o tratamento com a mesma eficiência e regularidade. Foi por  este motivo e pelo mundaréu de água – que fez da sanga rio, do rio fez mar -, que não fui a Santa Maria[1], onde deveria assistir a inauguração da minha  exposição (Coleção da Maria), na Universidade. Talvez compareça ao encerramento se as águas e a saúde deixarem. Como já deves ter percebido, estou preocupadíssimo com este problema da mão. Sabes bem o que elas representam para mim. Também tenho imensa vontade de te ver, de te ouvir, de te falar. Não concebo que isso não seja possível numa das tuas vindas aqui. Tu se me afigura uma princesa aprisionada num castelo[2] de mentira. Não vê nesta expressão outra coisa senão o carinho deste teu velho amigo. É que te vejo num corre-corre sem descanso. Espero que estejas contente, pois quando o trabalho não é gratificante consome-se a vida sem viver. Sou muito cioso do meu tempo, porque este é a duração da vida. Jamais entendi os que procuram passar o tempo, sem se aperceberem que estão gastando o que jamais se repõe. É ver o que a maioria é programada como robô. São sonâmbulos, apenas tateiam o mundo. Quero ser lúcido, mesmo na desgraça. Para dormir, temos a eternidade…Quero saber o que pensas do que digo. Vou telefonar à tua mãe. Depois irei vê-la. Minha exposição em Porto Alegre, em setembro, inclui retratos, nova faceta da minha obra. Vou ver se consigo para ti o exemplar dos 20 anos da Zero Hora, onde somos notícia. Acho, querida Beth, que já fui além de um bilhete. Escrevendo muito ou pouco sempre o faço com coração de amigo. Espero por ti. Quero ir a Santa Cruz, mas com saúde, e sem preocupação de trabalho.

Querida Beth, muitos abraços


[1] Coleção que pertence hoje a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS.

[2]Este desenho da princesa no castelo também desapareceu juntamente com algumas cartas e outros desenhos. A vida é cheia de equívocos, neles perdemos tempo, o caminho, e alguns pedaços de coisas valiosas. Objetos valiosos. E nos perdemos.