Talvez o que transcrevo seja o insólito, o incomum, o que não importa. Mas não é esta a questão. Importa o livro lido, a discussão, a canção, o poema, o filme, o teatro. Os cafés, ou melhor, tudo importa. Principalmente Paris daquela época.
Ou sempre!
“O belo outono continua: o cheiro de queimado das folhas mortas, a luz amarela do sol sobre o Sena, em meio a nuvens cinzentas.” (p.75)
Ou “A galeria, a árvore, a rua, a noite inteira entrando em nosso leito […]” (p.75)
O que vou dividir é a insensatez!
“Em minha vida de trabalho, austera e calma, é maravilhoso sentir em meu coração um tal tesouro de emoção, de dor, de felicidade, de amor ardente.[…] Você sabe que jamais escrevi cartas de amor em inglês. Estou consciente de que conceder tanta importância aos sentimentos pessoais é uma insensatez, quando no vasto mundo acontecem tantos fatos graves: a cólera no Egito, De Gaulle na França, sem falar nos EUA. Digamos que esta seja uma história tola mas bela […].(p.81)
Qual o grau de importância? Onde eu estou, onde tu estás? O que de fato gostaríamos de fazer, dizer, ou sentir? O quê?
Ainda as Cartas de Simone de Beauvoir a Nelson Algren. Editora Nova Fronteira.

