Galope solitário

Alemanha e Tchecoslováquia (1922-1925)

MARINA TSVETÁIEVA Vivendo sob o Fogo

“Quero que você seja irrepreensível, isto é, orgulhoso e livre a ponto de enfrentar as repreensões, como um soldado o fogo da metralha: não matarão minha alma!

Ser irrepreensível não é não ter defeitos – é responder por seus defeitos e ter consciência deles a ponto de defendê-los. […] Imaginemos um sujeito covarde. Só há duas saídas: lutar ou reconhecê-lo, no começo para si próprio, depois para os outros: ‘Sim, sou covarde. ’E se há apreço pelos tais outros, explicar: sou covarde por causa disso, daquilo. E isso é tudo – simples, não é?”(p.286)

“Meu amor nunca passou de um desligamento do objeto – desligamento em dois sentidos: distanciar-se e tirar as marcas. Começo por distanciá-lo – de tudo e de todos, depois, uma vez livre e sem marcas, eu o abandono – à sua solidão e à sua pureza.

O prazer mais vivo de minha vida tem sido o de ir rápida e sozinha, sozinha e rápida.

Meu grande galope solitário.”

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