No meio das velhas leituras interrompidas, os mesmos, iguais sentimentos. Esta coisa de voltar pro abraço conhecido parece muito, tão igual…Aquela esquina igual, aquele momento igual, repetido. O tecido com a mesma textura, o mesmo sentimento.
“[…] uma sensação, uma espécie de voz especial e longínqua que só quer se fazer ouvir quando estou sozinho, sem pessoas comigo, sem esses desejos ruins, sem essa minha loucura de causar boa impressão e de eletrizar e de surpreender o tempo todo e de me gabar, e eis que o milagre já aconteceu quando fiquei calado, quando me acalmei, quando disse meu deu, o que sou eu, porque me deixaste viver, para que sou necessário e numa hora dessas vem a resposta simples do silêncio da luz e do pó das montanhas do vento e a resposta é pergunta, é o silêncio: não tenha medo, menino, não tenha medo.” (p.141)
Amós Oz – Uma certa Paz – Editora Companhia das Letras, 2010.