Balanço na praça

Querido amigo:

Mágoas – tantas, todas! É preciso. Urge. Importa. Uma autodefesa. Conciliar sentimentos antagônicos. Um grito.

A vida exigindo, atiçando! E meus vinte anos esperneiam irritadiços… Velhos sentimentos desenterrados.

Há preço, etiquetas para este leilão. Não é, exatamente, partilhar, mas desfazer-se do susto.

Até deste teu gesto amigo, da cordialidade. Da dependência.

Você vai entender. Medo de sermos, afinal, descartáveis.

Estamos enraizados na velha solidão…

Sem contabilizar o ar, o cheiro, o sono, a preguiça… Sem pagadores, nem devedores.

Para você, livre. Por um momento, livre.

Depois do espelho, a praça.

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