Transição

O tempo calou. Você se perdeu no caminho, mais ou menos do mesmo jeito que apareceu, assim no repente, misturando o natural com a macrobiótica. Apertando amarras, cortando pontos, bordando, refazendo pregas desta história… Você apareceu naquela tarde do luto. No susto, a voz da morte. Você estava naquela sala. Cercamos o mito, o grito, as tintas. Das pedras gastas, o passado. Remexido passado desta memória esquecida…

Abafada tristeza do último olhar. Cartas escritas, rasgadas, extraviadas, esquecidas. A história imaginada no imenso quadro azul. Você foi passagem, transição. Ordeno a memória, esbarro em você. Ordeno as páginas da tua memória. Romance do mar nas agrestes lembranças do pintor… Elizabeth M. B. Mattos – Porto Alegre

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