Marguerite Duras, Ernesto Sábato, e as cartas de Iberê Camargo. Iberê se quis escritor quando a dor, a doença se avizinhou. Sábato, cientista, escritor, se quis pintor. Marguerite Duras escreve pintando. A imagem se sobrepõe ao texto. Individualiza o que, aparentemente, parece pertence a todos. A imaterialidade se desenha no texto. Efervescência, paixão confessada…
“O corpo dos escritores participa de seus escritos. Os escritores provocam sexualidade a seu respeito. Como os príncipes e poderosos. […] Eles são objetos sexuais por excelência. Ainda muito jovem, aconteceu-me sentir atração por homens mais velhos pelo fato de serem escritores. Jamais fui capaz de conceber a sexualidade sem a inteligência ou a inteligência sem uma espécie de ausência de si mesmo. Muitos intelectuais são amantes desajeitados, tímidos e amedrontados, distraídos. Para mim tanto faz, a partir do momento que, longe de mim, eram escritores igualmente distraídos de seus próprios corpos. Já notei que os escritores que fazem amor maravilhosamente são muito menos grandes escritores que os que não fazem amor tão bem, que têm medo.” (p69) A vida Material, Marguerite Duras