empilhar verbos

Torres, 2 de dezembro de 2014.

Meu amigo:

Corrupção, morte, matança, e roubo de carros fortes: dinheiro, demérito. Roubo. Depois a seca prejudicando o café, sim, a exportação. E a questão da água. Assalto a caixas eletrônicas! O fato é real. Nem politicagem, nem história de quadrinhos, nem mentiras, nem verdades, pura safadeza.

Não lembro mais o que deveríamos, ou poderíamos ter conversado. Dezembro sugere presépio, gratidão, perdão, e árvore com enfeites, pacotes. Brilho, longas noites de pirilampos. Neste dezembro bilhões e trilhões de dólares! Não vamos cumprir a meta fiscal, não vamos dizer a verdade, vamos escamotear, mentir um pouco mais, dançar outra valsa. Emagrecer: descer e subir a rampa.  É o que se vê, ou não se define, o cenário de Natal. Escândalos, corrupção, lidas domésticas. Espanto. Explode coração. Esta aflição cotidiana vai mapeando a serra, este mar . Um ano de metades: metade do esforço, do foco, do envolvimento.

Arrasto os olhos no Meu Michel: O verdadeiro motivo eu não quero escrever. As pessoas devem tomar muito cuidado ao usar a palavra motivo.”  Amós Oz. A narrativa se transforma, bordado de realce em Israel, opressão, divisão. Medo e solidão. Onde está esta coisa emparedada da alma? Esquisito mundo! Caminhos bloqueados. Jerusalém, um retrato. Ou nos encolhemos, ou afrontamos, ou apenas seguimos… Estamos divididos em susto, pânico, coragem. Entre o vivo, e a voz. Estou, outra vez, a empilhar verbos! Elizabeth M. B. Mattos – dezembro – 2014 – Torres

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