Estamos no Inferno destes tempos de revelações diárias. Incompreensível descompasso. A ficção não está nem pode dar conta do que acontece tal é a farsa, e os farsantes atuam/ jogam/ e gritam e dançam, e representam no palco, nos corredores, sentados na platéia … E não posso sair, estou cansada/ exausta.
… tudo parece fluir, tudo parece aberto e indefinido, ele precisa voltar e me devolver a tranquilidade, transformar o mundo num lugar nítido e sólido … Elizabeth M.B. Mattos Torres – setembro de 2017
” Na sala de leitura eu peguei a tradução da Divina Commedia e comecei a ler sem tomar notas, o que fosse importante eu lembraria de qualquer maneira. […] Mas apesar disso eu não estava preparado para a sensação de tempo causada pelas páginas iniciais, para o fato de que aquele não era um texto sobre o século XIV, mas de fato remontava àquela época, fazia parte daquela época, da qual eu também eu também podia fazer parte naquele momento.
Deixai fora toda esperança, vós que entrais.
O portão do inferno, na Páscoa de 1300, Dante se perdeu no meio da vida e pretende salvar -se vendo tudo.
Ele há de ver tudo, para assim salvar -se. […] O inferno não era um estado um estado da alma, a entrada realmente estava lá, em pleno mundo, no fundo de um precipício, rodeado em todos os lados por florestas e terras devastadas.” (p. 281) Karl Ove Knausgard A Descoberta da Escrita – Minha Luta 5 Tradução do norueguês Guilherme da Silva Braga – 1 edição – São Paulo – Editora Companhia das Letras
