Amorasazuis, o blog, é o meu livro móvel. O facebook a plataforma de divulgação. Sempre escrevi com a Remigton máquina portátil do meu pai. Cheguei a comprar uma profissional, cheguei a ter máquina elétrica, aquela que tinha corretor. Agora o computador. Desde sempre tive diário, correspondência, escritos por todos os lados. Magda e eu chegamos a imaginar e fizemos, uma troca de cartas entre princesas e príncipes (escondidos em castelos e reinos fantasiosos). Adorava as bonecas bebês: trocar fraldas roupas levar para passear dar mamadeira. E subir em árvores. A calçada para pularmos sapata / amarelinha era também quintal. Não lembro de estudar. Mas de correria e de bonecas de papel. Das tampinhas de garrafa colecionadas, das pedrinhas e de pedaços de azulejo raspados na laje, das formas geométricas. Eram personagens. Não fui boa aluna, aliás, péssima. Apreender português competitivo: pai e mãe intelectualizados, biblioteca disponível, esforço e concentração para tanta distração! Sim, todas as boas condições presentes. Preguiça indolência vontade de brincar atrapalhavam. Fui tardia na alfabetização, devagar distraída. Era a caçula e a mais livre das crianças numa casa em movimento. Petrópolis um bairro nascente com terrenos baldios e jacarandás. Andava de bonde. Comprava balas no Bar Tupi. Lembro das matinês do cinema Ritz e da missa na Igreja São Sebastião. Frequentei a Escola Estadual Rio Branco. Este período de vida me parece longo alegre e rico.
As Cônegas de Santo Agostinho, o Colégio Nossa Senhora das Graças, se apresentaram numa emergência. Por motivos sérios, ano complicado, deixava o Santa Inês, e ia para o Internato.
Mas esta já é história pessoal.
O Amoras nasceu em Torres, tem seis anos, e foi ousadia. Desordenado, sem filtro todos os textos encontrados foram jogados na rede. Numa brincadeira de mosaico. E no que eu chamaria aproximação, inclusão. Ficou íntimo, ficou texto, ficou plataforma, ficou encontro. O passado volta. Tempo da nuvem, – do virtual. Amorosidade. De velhos e novos amigos e amigas. É mágico. Estou perto, desnuda. A palavra poderosa personagem. Gosto da conversa, e deste constante diálogo, e vou a criar/criando coragem. Um dia eu conto a história de ser EU. Não que tenha mistério nem seja pior ou melhor do que qualquer história de pessoa/gente: somos todos tão iguais! Gosto de escrever. Escrever está na minha pele, a tatuagem que ainda não tive coragem de fazer, mas farei. Elizabeth M. B. Mattos – março 2018 – Torres num sábado iluminado.




