Algumas vezes mentimos dizendo a verdade. Digamos que eu não queira que você saiba algo sobre mim. Posso relatar este dado de uma maneira tão exagerada que você o desconsideraria. Não menti, mas você não acreditou. Ou seja, manipulei. Existem graus de distorções no que dizemos uns aos outros. As relações entre as pessoas são continuamente dolorosas, pérfidas ou cruéis. É complicado compreender as próprias limitações. Talvez a pessoa fuja da realidade. Algumas vivem a reprodução dos livros, dos conceitos, das chamadas lições como se estivessem dentro de uma receita de bolo. Precisam de sinais, fórmulas, relações estáveis para confirmar a receita certa. Fica preocupada com o desconhecido, para testar alguma coisa “toma emprestado” a fórmula do sucesso, caso erre, ou seja equivocada tem um jeito fácil de se livrar. Não se expõe nunca. Dia sem volta nem curva este. A pensar e a sentir equivocada. Pistas falsas e outras mentirosas. E o silêncio é sempre um longo e misterioso discurso. Beth Mattos