até um dia, até quem sabe

Leituras quietas, empurradas. O corpo ‘reclamão’ e a memória impertinente, poeira por todos os lados. Crítica, azeda, e aquele olhar pelas frestas a espiar. Intransigente vontade. Preguiça e deslocamento: trabalho malfeito, mal-executado, sem continuidade… Persistência. Ah! E as cartas, as mensagens, as visitas, o colorido daqueles bilhetes? Sei lá. Vez que outra uma amiga, uma ideia generosidade conversa. O cheiro do bolo, o excesso. Ufa! Entusiasmo, depois, depois, um cansaço inexplicável… Mudar, sair para outro lugar, aquela ideia constante: Porto Alegre, Alegre Porto, rodovia, via, rua, cinema, idas e não vindas, aeroportos, cafés de calçada, amigos achados, novos encontros. Perco as coisas, as chaves, o rumo. E o pior, o sono, a vontade. Bife com fritas, padaria, confeitaria, esquina. Vitaminas. Frutas maduras: laranja, bergamota, limão, maças, italiano, francês, alemão. Ficar. Pois é – frio. Vontade de ficar / voltar Rio ao Janeiro, não, São Paulo, Montevidéu, Buenos Aires… Também Torres / também Porto Alegre. Voltar para mim (uma música / uma letra de canção, a nossa melodia) e o piano, o violão, o canto: ‘até um dia, até talvez, até quem sabe [] sem mais saudade’. Encontrei a solução, vou escutar música e rejuvenescer, sem vender a alma ao diabo. Elizabeth M. B. Mattos – junho de 2023 – Torres

Até um dia
Até talvez
Até quem sabe
Até você sem fantasia
Sem mais saudade

Agora a gente tão de repente
Nem mais se entende
Nem mais pretende
Seguir fingindo
Seguir seguindo

Agora vou
Pra onde for
Sem mais você
Sem me querer
Sem mesmo ser
Sem me entender
Vou me beber
Vou me perder pela cidade
Até um dia
Até talvez
Até quem sabe

Até um dia
Até talvez
Até quem sabe

Fonte: LyricFind

Compositores: João Donato De Oliveira Neto / João Neto

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