gostar

Gostar do outro seria estar/entrar/participar do sentimento do outro, do fazer… Uma troca ou o espelho. Engraçado como amigo não sabes da cor, nem do dia que acordou, nem do meu desejo. E tem esta coisa de procurar, procurar por tuas referências, as achadas e as perdidas. As conversas os acertos, as tais escavações… A Mata Amazônica! A grande reserva. Depois vem os acertos de contas, pequenas ou inventadas histórias de sensacionalismo e todos aqueles acasos. Quando me tiravas para dançar, quando me levavas para passear, ao cinema, e os famosos almoços de domingo no Country Club, com direito as espichadas tardes. E as cadeiras móveis do cinema na SAPT, as gincanas, nosso mar, nossa praia e as tardes na Guarita. O avião dando sinal. As distâncias que eram tão perto. O golfe no morro… E estávamos entregues: a vida arrastou nossas fitas coloridas, e deixamos rastros. Acho que éramos apressados, um pouco desleixados, talvez. Era tão fácil! Ao mesmo tempo, meu querido, se fôssemos recordar bebendo um suco de laranja, uma água mineral ou beliscando as uvas o tempo se fecharia numa tarde. Não li todos os livros que gostaria, nem escrevi o pensamento, tu viajaste pelo mundo, todo, completo, inteiro porque te foi devido. Soubeste correr as corridas possíveis e escolher o rumo, conhecias as estradas… Também fomos açoitados. Eu sei. Ninguém escapou. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2023 – Torres

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