Pode ser passado, mas também hoje, agora feito / refeito sentimento de voltar a te querer. Na calçada dos jacarandás… Fantasia deste não foi / sendo / acontecendo de tão forte, ah! Danado desejo! Os nomes saltam, depois se escondem um atrás do outro envergonhados. Dizer / compartilhar estas mesmices que a gente vive, e vive, e volta, retoma, choraminga, quase dor. Muda de casa / de jeito / de amigos, de voz a gente também muda. Divaga vagar. O que será que agarra a pessoa, renova a terra, mas não arranca raiz e fica… O que será que resiste? Romântico pântano , atravessamos. As palavras tropeçam. Querem se prender / ficar nos galhos, mas também elas escorregam. A verdade e a mentira, a memória de tanto esquecer… Estes atropelos de viver! Limpo, limpo outra vez, reviro a casa, troco as mesas de lugar, as cadeiras se perguntam o que vai haver? As frestas se abrem e ilumino os quartos, espero. Esperar dá uma ansiedade curiosa: repasso os discos de vinil: Trenet, Aznavour, Jacques Brel, Françoise Hardy, uma gritaria dentro de mim… Elizabeth Mattos – setembro de 2023 – Torres