Bela Vista

Acorda o sol. A noite se acalma. Ah! O desastre da chuva intensa. Silêncio agora.

As leituras se agitam, querem se aproximar, mas a rapidez e a labuta do dia impedem a quietude necessária / desloco o jeito de estar, sou outra. E os dias passam acelerados, posso dizer frenéticos? Fujo das palavras / das letras e vou derrubando o tempo com ansiedade. Preciso cozinhar, sentir o cheiro das frutas, comer o feijão e temperar o fazer, vês, não sei descrever o que sinto, não sinto, desisto.

As vitrines me encantam, mas lojas fechadas, tantas. Escasso movimento nas calçadas / assim mesmo um certo charme reage, segura o passado… Outros tempos! Reconheço, visito alguns lugares perdidos: a padaria, o restaurante heroico, o supermercado enorme (canso), aquela farmácia, lojas de móveis. E vou correndo os olhos: imagino.

Tenho que voltar a escrever, forçar o tempo, reagir. Reconhecer. Elizabeth M.B. Mattos – setembro de 2023 – Porto Alegre

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