segura a beleza. deforma, gira…
quero estar / sentir a brincadeira, meu querido, amado. como vou te contar a ausência destes dias? sem palavras, entre vírgulas?! ou sei lá, sem voz. gira o caleidoscópio e me verás, inteira, festiva. igual presa na saudade. escuto e escorrego. vício de te pensar, de chegar…
fez bonito, fez céu branco no azul. agora chove tanto e tão e tanto, gosto de ter meu mundo lavado, enxaguado.

e não me dizes nada, como no poema… pois é, como o poema que mandaste / escrevo no teu silêncio e imagino. lembro o beijo. desastrado beijo o meu, os livros me explicaram, tu não disseste nada, surpreso. coisa de menina. estávamos na tua biblioteca.
descemos as escadas, às pressas, surpresos, os dois: uma enxurrada de palavras… não lembro mais. sentamos no pequeno sofá e começaste a tocar violão, a música equilibrou a tarde. a música responde a toda e qualquer inquietação, a gente embala e esvazia o tempo.
vou beber água mineral e me distrair com a bolinhas… Elizabeth M.B. Mattos – outubro de 2023 – Porto Alegre
foto de Pedro Moog