

Os vestígios de hoje se confundem. Na memória esquecida de hoje voltam inquietos, violados. Se anotei a receita hoje, e arrumei a casa para depois beber o café, esqueci… Esqueci a tal anotação, não encontro o papel. Estes falhos instantes me atormentam. Releio tua carta. Escrita jovem, saltitante a tua. A minha se arrasta até entender que estás vivo, inteiro, alojado nas experiências, nas tuas repartições… as tuas, não as nossas. Que medo eu sinto! Como esta guerra, estas guerras que se misturam na frente da câmara para redefinir o velho. tão o mesmo! Pois, com certeza estás certo. Remendar as lembranças quando o de antes não faz sentido… Há que pesquisar, cheirar a terra, acreditar na chuva e neste sol modesto de agosto. Eu te vejo amanhã. Eu te vejo da mesma janela… Um beijo. Elizabeth M. B. Mattos – outubro de 2023 – sempre foco os anos pares – o dos meus 18 anos…