
Foto – Pedro Moog – outubro de 2023 – São Paulo
Essencial vida com raiz e terra a palpitar. Subverte o tempo ou alonga ou define ou pinta: define cor, a que existe, aquela escondida que brota. Nasce do olhar e dos pincéis agitados, acalmados serão neste fazer definição.
Esta coisa de viver e olhar e ver enxergando. Preciso explicar o tempo, faço explodir o momento. De um jeito interno a estourar limites. Não quero limites nem amarras, por este motivo entro no ônibus. Vou atrás daquela sombra, persigo eu mesmo, a amada.
Engraçado quando penso que tomei decisão definitiva, coisa nenhuma, ou bocejei, ou desatei o nó, depois chupei uma laranja. No silêncio de ser eu mesma vou semeando a Elizabeth, vejo a Beth, depois a Lisa, e a Elisa, a Liz despedaça deste nome pomposo de ser Elizabeth, não Gorda, ou Amada, ou mãe, irmã, filha! Pois esta coisa trágica de ser filha/filho atormenta. As respostas que não tenho estão nesta filiação ou na maternidade, nesta árvore sombra, pouso e raiz, ou naquele amado inexistente que eu puxo e repuxo atrás de um beijo, um abraço, uma resposta. Atrás do repouso, cura da minha doença, da tua doença, deste nosso adoecer espalhado: ser pessoa. Elizabeth M. B. Mattos – outubro de 2023 – Torres, querendo Porto Alegre / alegre no ônibus.