porque tenho livres ao alcance das mãos posso seguir pensando, dizendo, mesmo que seja por outra voz, outro falar, outra nova ou velha palavra. o repetido, os fatos, estranhamente, se assemelham… alguém quer a vitrine, a notoriedade, a luz, e consegue.
Então,
“Fugir a uma realização, por causa das concessões feitas, produz relacionamentos falsos e uma sociedade doente; o esforço de atingir a realização, no entanto, termina recorrentemente em tragédia: o indivíduo é destruído na tentativa de escapar do seu mundo parcial.”(p.132)
“Fantasmas!…Eu quase acredito que sejamos todos fantasmas. Pastor Manders. Não é apenas o que herdamos de pais e mães que passeia em nós. É todo o tipo de ideia inútil, velhas crenças sem vida, e assim por diante. Eles não estão vivos mas agarram-se a nós por tudo isso e não podemos jamais nos livrar deles. Sempre que leio um jornal, parece que vejo fantasmas movendo-se furtivamente por entre as linhas. Deve haver fantasmas espalhados por todo o país, tão numerosos quanto os grãos de areia do mar. E então somos, todos nós, tão desgraçadamente tomados pelo medo da luz.” (p.133) De herói a vítima – A feitura da tragédia liberal, para Ibsen e Miller. Raymond Williams Tragédia moderna – Cosac Naify
