separar / perder / mergulhar

A pessoa se separa de um companheiro, ou de uma amiga, daquele ser único, especial: o perfeito amor dos amores compreendidos. O melhor. Assim mesmo eu me separei, assim mesmo… Inúmeros motivos externos, internos. Turbulências, perdões ou confissões. Eu me separei, chorei, chorei, chorei tristeza de perda, tristeza de fracasso, de solidão compreendida. A gente se separa de um jeito tão ruim, tão faca enfiada… E os anos se multiplicam em vida, vive-se: outros sorrisos, outras graças com desgraças, sempre, mas tão outras e outras que já a transformação daquele barro, daquele lambuzado se faz história. Pois é, acordei para contar depressa, antes de dormir outra vez, a riqueza deste tempo, tempo de recompor, de voltar para ser a gente mesmo, é o precioso. Passa susto, passa passa passa e a pessoa começa a catar pedrinhas e brilhantes, florezinhas e surpresas, e o vazio fica precioso, colorido.

Não tenhas medo de te separar, e separando recomeçar, a alma, estes sentimentos de dentro, pulam e se refestelam e recomeçam a bombar energia, vitalidade, sonhos e novas vontades. Multiplica-se o que parecia marasmo de poça ou lago em mar aberto, ou praia rica de ondas, ondas salgadas quentes e geladas, perfeitas. Elizabeth Menna Barreto Mattos – novembro de 2023 – Torres – entre sono, bocejo, acordar e outro sono –

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