por que não casei com Marco?

não posso, não sei, ainda responder. os olhos tão azuis! o mundo tão único, perfeito. e aquele futuro aberto. mas, ele tão bonito, próspero, único, eu? eu tinha três filhos, sempre tive filhos… tenho esta sensação. nunca conseguir ser pessoa antes dos filhos. claro! eu depois me casei, depois do Marco. casei com um homem que já tinha dois filhos, e depois de bastante tempo juntos, foram sete, ou oito anos? resolvi que teria mais um filho, aquele filho do sonho, aquele que eu não tive… (risos) aquele que não teria olhos azuis, mais veio com todas as minhas certezas. e fui feliz para sempre. (risos) não, acabei me separando sim, e trouxe minha mimosa (a filha) para Torres. Torres nasceu! Consolidei a certeza de que ser mãe e ser gente e ser livre era o que importava. Dona do meu destino a trabalhar, trabalhar, e, às vezes, comer feijão com arroz,

de manhã

de tarde e…

de noite.

achando engraçada a festa / e nós ríamos.

agora tá tão esquisito?! os dias são grandes e pequenos ao mesmo tempo. o país desaba pela ladeira e se desmancha no mar, no tufão da loucura. tudo bem. tudo bem, a vontade, o desejo cego… como explicar? e o tal do dito tempo aperta os braços, tira o sono, faz bobagens nadando na ansiedade, não tenho mais cabeça? virei precipitação? erro mais do que acerto. enfim!

agora tá chegando o Natal, teu aniversário, tuas alegrias, tua renovação, é melhor mesmo que eu festeje e fique bem. dá um abraço, também aquele beijo fundamental, e corre pra viver a vida, mas vai sem pressa (risos). Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2023 – Torres

devo ao Marco a Itália (Modena) Uruguai, Argentina e São Paulo e o Rio na Prudente de Morais. devo a ele meu reinado de princesa e a leveza perfumada da praia de Ipanema! devo ao Marco esta memória de ser feliz… e tanto! a boa literatura internacional, tenho que agradecer o tempo… o lazer, e claro, as boas massas, os queijos maravilhosos, e os mimos italianos! a lembrar me dou conta que quando temos vinte anos somos estabanados, aos trinta vivemos em euforia como que embriagados.

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