abrir a porta

As portas são os desafios / qualquer porta, todas as portas. Na retrospectiva e no tempo: passei abrindo portas e sempre, naturalmente, na expectativa – o outro lado, e depois? Portas que se fecham com o vento, ou são chaveadas, ou ficam escancaradas, todas elas desafios. E tem / chega e agarra, o medo. O espelho das narrativas. E chega esta danada angustia que obscurece a visão… O recado? Caminhar, seguir abrindo portas, aos tropeços, abrir. Se o vento fechar a porta, não culpa o vento. Abro outra vez. Uma pedra segura a porta… Ou uso a chave. Eu perco as chaves, se tornou um problema procurar chaves. Procuro as chaves, o controle da televisão, o livro que estou a ler. Eu me perco das coisas. Tenho medo desta memória assustada. Deste tempo apressado. Não estou adolescendo, estou envelhecendo. Não é para ser radical, mas estou atrás daquela lista de vantagens, daquele arrazoado de vantagens… Acho / sem grande máxima / que encontrar as palavras, digitar a voz, derramar a chuva nos canteiros pode ser bom (risos). Tenho que voltar a escrever todos os dias, não importa o ânimo. Não desanimar e abrir a porta. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2024 – Torres

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