buracos

Sem glorificações, mas alguns buracos. Pode ser qualificado, mas de qualquer modo é estranho. Longos e preciosos silêncios fantasiados de cotidiano, ou a vida que vai… E vai mesmo. Aos tropeços, esquisita, desbotando. Hora de abrir todas as gavetas, dobrar as roupas com cuidado, eliminar isso ou aquilo, segundo minha tia Joana o que não foi usado durante x tempo (esqueci o tempo) devemos nos desfazer. Ou renovar. Minha tia querida! As vidas longevas são misteriosas, e as curtas parecem hoje tristes! Vivemos mais… Vivemos tanto! E me parece tão bom o sentimento de vida! Mas a doença, o pedaço danificado me dá consciência. A inconsciência pode ser um bom remédio? Sei lá. Os buracos são escuros. Eu caminhava pela casa no escuro desde pequena. Ah! Desde pequena!

“E pela força do hábito, sentia-se arrasado se ficasse um único dia sem ler ao menos uma única página. Por isso, houvesse o que houvesse, sempre procurava dar um jeito de manter a intimidade com as letras impressas. Às vezes, tinha a impressão de que seu único e verdadeiro talento era o de leitor.” (p.192) Natsume Soseki E depois

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