ainda da solidão

“É impossível, compreendo, penetrar na solidão de outra pessoa. Se é verdade que sempre podemos vir a conhecer outro ser humano, ainda que em grau pequeno, isso só acontece na medida em que o outro quiser se fazer conhecido. Um homem dirá: estou com frio. Ou não dirá nada e vamos vê-lo tremer com calafrios. De um jeito ou de outro, vamos saber que está com frio. Ou então não dirá nada e vamos vê-lo tremer com calafrios. De um jeito ou de outro, vamos saber que está com frio. Mas e o homem que não diz nada e não treme? Onde tudo é intratável, onde tudo é hermético e evasivo, não se pode fazer nada senão observar. Mas se a pessoa consegue ou não extrair algum sentido do que observa é outra história.” (p.27) Paul Auster A invenção da solidão

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