organizar “a bolha”

Pensar em ti todos os dias. Pensar em ti sem invadir a tua bolha: as bolhas soltas a se desejarem… Tudo imaginação – pedacinhos congelados de meninice, não somos nós como somos hoje, pessoas. Estamos na praia, jogando tênis na areia, enfrentando a caminhada e o sol manso daqueles tempos: vestidos de meninos espertos..

Não pensar em ti porque não faz sentido nenhum amontoar desordem e expectativa. Aliás, será o susto do susto se te encontrar ou ficar perto de acontecer… Fechar as janelas e portas: escrever desenfreada porque a tensão se acomoda nas vírgulas. Depois, enfiar a cabeça nos livros escolhidos com certa lógica, não brincar de página em página, ou sacudir os pés para não ter câimbras… Colocar um ponto final. Escutar todos os discos da pilha da esquerda. E não falar. Conversar parece ser o exercício do dia, esgotar as forças… Preciso estar revigorada para dizer bom dia, passar um café, comer uma maçã. Lembrei que colocas as maçãs no forno. Ficam gostosas e perfumam a casa. Casa da tua casa inventada. Das escadas que nunca terminam, dos livros ordenados, a maior biblioteca particular que conheço. Sofás que são camas, não são camas, mas tem nome e sobrenome, são sofás. E o violão importa. A música importa tanto que tudo o mais diminui atrás das cordas. O que estou fazendo? Não sei. Quem és? Não sei. Elizabeth M. B. Mattos – fevereiro de 2024 – Torres

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