o outro ou sou eu, eu?

…,talvez a imobilidade, o tal cenário que não muda, ou a expectativa. Sei não. Sei sim. O que eu digo, e, ou, penso importa só pra mim mesma. Vou falando / dizendo, explicando, pensando e escrevendo… Coisa de vício / de entrar no buraco e ficar. A tal famosa caverna, tão comprometida caverna! Melhor não é citar, vamos pensar noutra coisa… Não o que Rousseau fez, mas bah! Ter um castelo, ter um jardim, floresta e distância com mordomia?!… É bom! Nascer do lado certo e aquecer o pensamento, ou melhor, dedicar-se a cabeça / esta coisa que temos em cima do corpo, que… Sim, a cabeça. Que deve ter cabelos e certa celeridade… Enfim! Pensar. E a tal da leitura, não por obrigação. Quem sabe pra alienar mesmo, e não dizer o óbvio. O óbvio atrapalha os outros… Conversar sobre batatas e cenouras e cozidos, ou contar como é a cama de noite, não. Cuidado com o óbvio. Aí você se dedica a comentar / coisa modesta / poderia ser picotar os livros lidos. Enfeitar a leitura com beterraba e alface picada, cebolas… Dar aquela ajeitada para ver se o outro / o amigo / o curioso / ou até o desavisado leia. Tá. Pescou o peixe, ficou com pena, jogou de volta ao mar… Bem, tá tudo onde deveria mesmo estar, em lugar nenhum…

E súbito chega o interesse e a conversa começa: ouviste a notícia?…, que horror o que aconteceu com o rapaz q foi entregar a comida. A lei?! Passa ou não passa. Alguém escandalizou em Portugal numa ênfase desnecessária. Dizer o que pensa? Não. Dizer o que é possível dizer… Parece que a conversa vai ser interessante. Eu me animo. E aí vem perguntas. Perguntas estranhas: tu tens um cachorro? compraste o livro X, lesto o Y? vendeste aquele quadro? viste o fulano hoje? ontem? O que tens comido? Macarrão?… Elizabeth M. B. Mattos – março de 2024 – Torres

Esqueci todas as respostas, ou quem telefonou esqueceu que sou eu do outra lado do fio… Ah! Memória é coisa esquisita, assustadora… Memória? Ou o completo desinteresse das pessoas umas pelas outras?

Deixe um comentário