portão azul

Meu querido, da inquietude salta minha saudade. E as nossas conversas travadas engasgam o tempo. Uma voz desta tarde indefinida me fez te escrever. Escrever depressa. Conta com o teu tempo entre o café e os pincéis, a pausa. Estou envolvida nas histórias que não se definem… Quero te contar, talvez enredar tuas observações. A tarde se arrasta. Um bule de café, e bolinhos fritos. O proibido da alegria! Ficaram delícia! A preguiça não me ajuda, e, as xícaras, os pratos, as toalhas, nem os copos se movem… Estranho os desejos não se realizarem, eles se arrastam… Estou entre os livros, fechados, os lápis apontados, cadernos encapados, a colegial não se despede, e percebo meus hábitos juvenis presos nos dela. Esquisito. Crescer é se despedir, fechar portas, fazer movimentos bruscos… Eu calculo cada passo, e penso se vais aprovar. Estou travada. Elizabeth M. B. Mattos – abril de 2024 – Portão Azul

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