Roland Barthes

“Vejo fotos por toda a parte, como todo mundo hoje em dia; elas vêm do mundo para mim, sem que eu peça; não passam de ‘imagens’, e seu modo de aparição é o tudo-o-que-vier (vou-tudo-o-que-for). Todavia, entre as que foram escolhidas, avaliadas, apreciadas, reunidas em álbuns ou revistas, e que assim passaram pelo filtro da cultura, eu constatava que algumas provocavam em mim pequenos júbilos, como se estas remetessem a um centro silenciado, um bem erótico ou dilacerante enterrado em mim mesmo […] e que outras, me eram de tal modo indiferentes, que a força de vê-las se multiplicarem, como erva daninha, eu sentia, em relação a elas uma espécie de aversão, de irritação mesmo; (p.31-32)” Roland Barthes A Câmara Clara

Fotos intrigam… Viagem longa e cheia de percalços! Bom seria a lucidez, mas ninguém tem clareza. Oscilamos e nos surpreendemos… Busca -se a tal beleza, o tal momento, a tal memória, o passado. Ou um instantâneo feliz… talvez trágico? Um rótulo. E hoje, mesmo as fotos, são raios de luz efêmeros. Olhamos no mesmo momento e a imagem saturada de sugestões se dilui… Ah! as milhões e milhões de caixas se tivessem nascido para existir, mas são um jogo que acende e apaga alucinada fugacidade… O que são fotografias? Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2024- Torres

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