
Voz a dizer sem pejo. Esta tal camouflage do charme… É mesmo pelas beiradas. Sei lá o motivo – muitos anos cobrem os devaneios das conquistas – quando Torres tinha um pequeno campo de pouso e nós inebriados pelas férias e aquela liberdade inteira para usufruir, sem olhos vigilantes, usufruíamos apesar do olhar vigilante da Dona Carmem no fundo da boate Marisco. Nós usufruíamos. Nós dançávamos até meia-noite como a Cinderela, sem nos transformar em abóboras. Tu acreditavas / eu acreditava em olhares, intenções e futuro. Estas histórias ficaram. Transformadas em ‘gente grande’! Um monte de fatos nos atropelaram… Éramos tão estupidamente jovens! E amigos: e todas as nossas vontades amontoadas também almoçam no Club aos domingos, não lembro se jogavas golf / acho que não, nem cartas. Não lembro. Bebíamos coca-cola. E nos verões tínhamos Torres. Fomos caminhando… Chegamos não sei bem em qual cerca. O limite gritou. Nós paramos. A história seguiu – agarrou os filhos, definiu luas e infernos. E um dia (neste ano, ou fim do ano passado?) descobrimos a confissão do beijo. Mencionado /falado com naturalidade. Itália? Torres? Estranha surpresa! Todos nós sabíamos: o jogo era apenas sedução, ou parte, ou fantasia. Não era? Elizabeth M. B. Mattos – junho de 2024 – Torres (ainda)
