A pessoa se atrapalha quando a vivência ou a vontade (de acreditar querendo) não agarre a história. A confidência é feita… Emoção choro, certo desespero mesmo, o outro consola. O tempo passa. Neste tempo o colorido da certeza certa desaparece. São as nossas / pessoais que ficam emaranhadas? Não. O emaranhado está nas dúvidas do espectador. Tudo se mistura e atrapalha, acinzenta a narrativa. as cartas, as versões / o documento / a voz… A verdade fica no emaranhado da história.
Quando Iberê morreu ( o meu amigo Iberê Camargo) as cartas eram alvo… Maria Camargo nunca pediu nem duvidou de nenhuma linha / mas, mas mas há herdeiros, embora não tivessem filhos de ideias ou intrigas… As mariposas. O telefone me surpreendeu, um amigo, de certo a minha voz selaria o assunto – perguntou direto sobre Iberê… Era o que eu não diria, ou não era? Achei que perguntaria de todos os amores / não. Apenas do ilustre pintor queria saber. Tive amados de amor ilustres / inesquecíveis, presentes e eternos. Iberê foi amigo, amigo das muitas cartas, nunca se confidencio, nem eu contei histórias. Pintor que conheci no Rio de Janeiro, na Aliança Francesa de Botafogo, amigo do meu sogro, preso em história complicadas que o afastaram de Porto Alegre, mas não era homem de namoradas… O francês. Se alguém quer saber segredos, pergunte em francês. Um idioma amado pode ser céu inferno e infinito. – um amigo ilustre como Carmélio Cruz, Glauco Rodrigues, Danúbio Gonçalves, Vitório Gheno, Jean Lehmans, claro, e Iberê Camargo – esqueci agora as letras, os afetos brotam, não são registros. Elizabeth M. B. Mattos – junho de 2024 – Torres
