
o que posso escolher? não sei. alguém corre no apartamento de cima… alguém abre e fecha janelas. alguém está. eu não estou. tu não estás. e tem esta coisa incômoda de morrer de adoecer, e despedir-se… chatice de viver. estou a cavar, estou a pensar, estou a remoer certos apertos apertados… e o que a gente não consegue perdoar, nem esquecer. conviver não se desmancha em gentilezas, mas esquisitices mesmos. calor ou frio? sei lá. enchente ou seca? a nossa vontade de permanência se derrama… o italiano esconde as mais belas canções de amor, as gentilezas completas, a beleza das pessoas, as risadas. idiomas são descobertas… eu amo o francês, inexplicável descuido. sei tão pouco de inglês, gostaria de ser alemã / ter olhos azuis e toda aquela germanidade heroica / mas sou eu, a cavar, cavar, e querer jasmins misturados com buganvílias e rosas, não cravos amassados. uma nostalgia esquisita que me dá coceiras, aperta os ossos… esquisito ter os ossos doendo. saudades de ti. pois é, de te beijar, de te sonhar, de ser inconsequente e amar assim, solto, ao caso, de caso sério. um beijo. Elizabeth M. B. Mattos – junho de 2024 – TORRES – morno
