Roland Barthes

“O quase: regime atroz do amor, mas também estatuto decepcionante do sonho – por isso odeio os sonhos. Pois com frequência sonho com ela (só sonho com ela), mas jamais é inteiramente ela: ela às vezes, tem, no sonho, alguma coisa de um pouco deslocado, de excessivo: por exemplo, jovial ou desenvolta – o que ela jamais era; ou ainda, sei que é ela, mas não vejo seus traços (mas será que no sonho se ou se sabe?): sonho com ela não a sonho. (p.100) Roland Barthes A CÂMARA CLARA – tradução de Júlio Castañon Guimarães – Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro – 1984

Fotografia de João Brentano

A leitura se atravessa no meu dia, e na verdade, tudo por acaso voltar a Barthes, entrar no passado. Esta tudo ali no texto, na hora de ler. As fotografias conversam com o olhar. O amanhecer o mesmo, diferente. O mesmo lugar, e particularmente, diferentes. O mesmo. Coisas do olhar – a distância do lugar e perto. A memória com magia de trazer / entregar o lugar. Pessoas, vontade. Colocar cor, tirar a cor. Desenhar, escrever, correr e não sair do lugar. Uma brincadeira séria. Esta coisa de OLHAR! Elizabeth M. B. Mattos – junho de 2024 – Torres

Deixe um comentário