31 de julho de 2024 Torres
Nostalgia da máquina de escrever! Eu me atrapalho com arquivos, detalhes, guardados do computador! Registros. A ciência da facilidade desapareceu, a pensar nunca esteve perto. Perdi a lógica, o fazer ficou tão incrível e potente! Tantas e tantas opções: o óbvio me escapa. Antes, num pedaço de papel, colava ideias. A máquina costurava palavras. O recorte pensava doçura, eu não me importava com excesso. Brincadeira.
Está difícil subir a escadas, pendurar os quadros, passar o café, sentar para ler um livro. O livro escapa, o autor se repete, a importância viaja e a lógica deste frio não me consola: ah! É inverno… Eram / foram / aconteceram tantos invernos longos: nós de pinho, madeira rachada / fogo crepitando, fogo queimando e dançando, colorido e quente – Ah! Óbvio se escreve assim. Eu não sentia frio. O frio festejava o meu poder de ser quentinha. As crianças são mornas e risonhas, aquela alegria saltitante aquece nas correrias pela casa, o movimento aquece, a imobilidade congela. A nostalgia é imóvel JMCLZM. Palavras / letras. Um brinquedo de amar o amor. Arma, desarma. E a tal nostalgia volta como palavra e tempo. Um beijo. Elizabeth M. B. Mattos – julho de 2024 – Torres (sussurros da Ônix, minha pretinha canina que envelhece, com nostalgia, ela também?)