Não sei como te responder quando perguntas do meu dia. O dia me assusta quando chega. Vou espiando, e aceito. Então, faço a tal caminhada curtinha… Passo o café – a hora do café preto com pão e manteiga. Hora de beber água, de pensar o dia. E fico a janela. Segue bonito aqui. Ônix também envelhece, envelhece muito e tanto… Penso no teu abraço, no teu olhar derramado. Teu jeito quieto. Lembras o quanto eu era agitada: falava atropelando. Um rádio apressado a despejar notícias. Com os olhos, rias de mim.
Hoje me dei conta do quanto sou dispersiva. Começo mil coisas ao mesmo tempo. Agora, vez que outra, esqueço de descascar o alho e já estou cortando a cebola… Depois pego o as borras de café pro jardim, e vou molhar os canteiros. Sento. Lembro do feijão. Do que pretendia dizer para a irmã. E me repreendo porque não arrumei a cama… Coloco roupas na máquina de levar…
Sento para te escrever. Estar contigo importa mais do que qualquer coisa. Elizabeth M.B. Mattos – agosto de 2024 – Torres
