O que faz o encanto desta existência tão despida e tão vazia aparentemente!

A liberdade. (p.216) Henri-Frédérique Amiel Diário Íntimo

…e ele segue maravilhosamente bem a descrever a mansarda e se deliciar escrevendo no diário. “É antes o que suspira e que desejaria mais e melhor. Mas o coração é um glutão insaciável – já se sabe – e, além disso, quem não suspira? É o nosso destino, aqui na terra. Somente, uns se atormentam à procura de satisfação, sem nada conseguirem; outros ao resultado se antecipam. e se resignam fazendo a economia de esforços estéreis e infrutíferos. Já que não podemos ser felizes, por que nos preocupar tato? Convém limitar-se ao estritamente necessário, viver de regime e abstinência. conter-se um pouco e dar valor somente à paz da consciência, ao sentimento do dever cumprido.” (p.216-217)

Um tanto pessimista pode ser, mas um tanto verdade escrita e saborosa de 1847. Reflexões lúcidas, não festivas. A vida é todos os dias tanto quanto nenhum dia. Beijos e abraços, mas tão fortes porque existe, é claro, a ausência, o contraponto.

E ainda diz / escreve:

Eis por que é tão fatigante viver. O eterno recomeço é fastidioso até o enfado.

Mas, penso, cá entre nós, este eterno recomeço e estas coisas todas, bem negativas, são iluminadas por uma alegria lá de dentro – plantada – porque viver é maravilhoso – as mágicas são diárias! Elizabeth M. B. Mattos – agosto de 2024 – Torres

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