ciúme

querido:

não me julgo ciumenta, sempre me considerei resolvida. receita pronta. se não gosta de mim, deixo de gostar dele. se não foi como esperava… (a resposta). frieza arrumada. nada de emoções convertidas em lágrimas ou languidez, ou saudade espichada, ou noites mal dormidas, ou confidências lamuriosas ou… (respostas). um quadro desenhado com tranquilidade. ergo a cabeça e caminho.

muito sol, fecho as cortinas, muita conversa inútil, desligo o telefone. desmarco o chá a caminhada, durmo fora de hora. acordo de madrugada para ler um livro. resolvi. resolvo. não escrevo mais. assim eu arrumo meu coração. nada de pensar nos beijos, pensar tua voz, rever as fotos. ou mesmo sentar na praia e imaginar que estás ali. não tem praia, não tem voz, não tem reler, não tem beijo que me acorde.

então, escreves. tremo um pouco porque tenho notícias, atropelo a leitura. nem compreendo certo, leio na corrida… depois, eu me digo / eu me dou respostas: o beijo é formal, a conversa universal, não é exatamente ele, mas um ele escrevendo para… não acredito na minha cabeça: estou tendo um ataque de ciúmes. e o ciúme está a me atacar com tal ferocidade que (não posso te dizer). por que estou a contar isso? porque tens que me ajudar a reavaliar. o relacionamento tem frestas e multiplicidade… o amor e o envolvimento, o travesseiro dividido, o cheiro. o mesmo… de amor. cuida de meu tempo meu querido. eu te amo. FGJMGJCXFF Elizabeth M.B. Mattos novembro de 2024 Torres – confissão

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