minhas filhas moraram em países diferentes / foram, ficaram, e estudaram, trabalharam, casaram, viveram, enriqueceram quando fotografam o tempo, o sol, nuvens, areia, ideia, e som. fotografaram o mundo. acordaram do outro lado, telefonaram… acho que também choraram. um ano, dois ou três anos. se contar a história de uma da outra e ainda outra, serão dez anos no estrangeiro, pelo mundo: alemão, italiano, inglês e aprenderam a viver, meu filho já viajou o mundo. eles se deslocam com facilidade. eu? eu viajei as viagens deles, todas, viajei os sonhos deles todos. foi assim quando meu neto foi pro Japão – eu fui, e comecei a ler os japonês. Tóquio ficou fetiche. vi as cerejeiras floridas, e caminhei os passeios, de trem eu me desloquei. festa na festa do neto. Inglaterra também. festa. netos e filhos foram pelo mundo / fui junto / sempre junto. resolvemos sonhos. eu vi / fiz a conta desta matemática. foi assim que eu viajei… nestes sonhos deles, eles viveram, eu sonhei. e deste jeito conheço o mundo,
eu viajei muito, eu morei fora do país, eu nasci em Porto Alegre, mas sou, genuinamente, carioca. ou de Santa Cruz do Sul – tão eu, ou Rio Pardo, ou será Torres. Montevidéu…ou foi em Buenos Aires… Belo Horizonte. O que o amor faz? milagre. Elizabeth M. B. Mattos – novembro de 2024 – Torres
