“O que hoje ainda se chama de destino pessoal está sendo substituído por fenômenos coletivos e, por fim, estatisticamente comparáveis.” Eu sinto enorme dificuldade para ser eu comigo, solta, inteira… Estou a pedir explicações pelo que sinto, como eu sinto. Parece cruel e ao mesmo tempo tão vago! Volto a citação numa costura necessária.” É como uma leve divisão da consciência. A gente se sente abraçado, rodeado, e invadido até o coração por uma agradável falta de personalidade e vontade própria; mas de outro lado permanecemos lúcidos e capazes de crítica, até prontos a brigar com essas pessoas e coisas tão empoeiradas e arrogantes. É como se houvesse duas camadas relativamente independentes em nós, que habitualmente se mantêm em profundo equilíbrio. E como falamos de destino, é como se tivéssemos dois destinos: um ágil e desimportante que se cumpre, outro importante que jamais descobrimos.” (p.514-515) Robert Musil –O homem sem qualidades – Editora Nova Fronteira
Tão confuso se tornou que eu me surpreendo aborrecida e no vazio, mas nada mudou, ou melhor, eu sigo a mesma, tento ser, apenas isso, respiro e sou. Elizabeth M. B. Mattos dezembro de 2024 – Torres