Vou citando, e sigo a conversar contigo. Estou acompanhada entre minhas quatro paredes, ou são cinco? O vento parou. Ensolarou o dia meu amigo.
“Procurei um canto tranquilo para ler o que você escreveu. Os cachorros me acompanham como sempre. Li e reli algumas vezes procurando o que não estava escrito. Sua conversa era fluida e agradável, mas ela se sentia um pouco perdida, pois parecia falar não tanto para dizer e sim para ocultar. Estava escrito mas invisível, entre linhas, nunca óbvio, nunca claro mas transparente, invisível entre as linhas. Eu escrevi? Eu citei, Paulo? E segues: Esse vento que não para? Dias e meses a fio sem dar trégua, sopra como música de filmes de terror nas frestas das janelas. E essas pessoas na beira da praia? Acumuladas e espremidas no meio do lixo. O vento leva a areia aos olhos e a elas não permite ver. E elas insistem em se divertir, todo ano a mesma coisa: sol, sal, sul e… vento, muito vento. Corpos queimados, tostados, torrados, cobertos de areia e sal. E elas insistem em se divertir, lixo por todos os cantos e a areia nos olhos que não lhes deixa ver…” Paulo Biurrum
Eu não resisti. Transcrevo tua mensagem, e releio. Releio. Penso o mesmo, sem audácia de dizer. Ah! Estes amigos! Obrigada. Elizabeth M. B. Mattos – janeiro de 2025 – Torres