urgente

Urgente deve ser falar / falar / falar: viva a terapia da palavra que se derrama na escrita. O pensamento flui como rio… Claro! Existem as margens, (o plural). A travessia. O movimento dos barcos… O movimento. A leitura é rio e travessia. Paradoxalmente, imobilidade. Leio o conhecido, ou escrevo o mesmo. Pode ser gemido, esganiçado… Urgente sobrevivência. O escrito / o pensado, paralisado… Louco, incoerente. E nem mencionar saudade. Saudade tenho de mim mesma. Do que deveria ser / do que deveria ter sido se a escolha fosse outra. Eu, outra. Então, a vontade de gritar! Atravessar o tempo aos gritos, despida de dúvidas. Incrível esta coisa de estar viva e não estar no avião que se espatifa no ar. Nem sentada a escutar intermináveis promessas escondidas num sorrisinho prazeroso de discursar, discursar pipocando no importante. Abriram as pipocas, o milho está saltitando. Um pouco de sal… Que tédio viver na mentira do discurso, na inoperância da fala… Assim mesmo falar / falar / falar dá um alívio imediato. Mesmo na incoerência inocente. Ufa! Eu disse! Elizabeth M. B. Mattos – janeiro de 2025 – Ainda em Torres

o tempo se espreguiça, deve ser preguiça do tempo

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