YUTIUYTYUITUIIIOOIIYUIIUYT

Abri a porta para correr. Parei no topo da escada. Desci devagar, devagar. Eram 5 andares, e foram, cuidadosamente, vencidos. Abri a porta e me senti tão completamente livre. Aquela aventura não era o bom, nenhuma certeza era possível porque eu já não era exatamente, eu mesma gostando de mim. Conviver com Candal era inventar uma Isabel que não existia. Estava longe de casa: duas horas da madrugada. Usava pulseiras e anéis. Tirei e coloquei na bolsa. Comecei a caminhar, apressei o passo. Caminhei em direção ao Humaitá com rapidez e leveza, senti medo, mas a vontade de me ver livre, sair daquela situação era maior, maior, maior. Passei pela Igreja Santa Margarida Maria – rezei, e segui rezando porque estava quase chegando… Felicidade e alegria escalavam meu corpo. Eu estava chegando… O que diria / ou justificaria no outro dia, já não importava mais. Apenas tinha certeza que aquilo não fazia nenhum sentido. Nada. Eu estava agora, enquanto girava a chave na fechadura, pronta para recomeçar meu tempo de ser eu, livre. Tudo que pudesse significar viver / para mim/ era seria sempre eu mesma do meu tamanho, no meu quadrado e na minha dimensão, no meu losango, no meu círculo, no meu circo. Tudo, tudo dependeria apenas de mim mesma. Eu era eu… Abri os cadernos: arrumei o material para a escola. E entrei na banheira. A água estava morna e aqueles banhos demorados me faziam feliz. Muito feliz. Eu me surpreendi com a minha coragem. Elizabeth M. B. Mattos – março de 2025 – Torres

Deixe um comentário