autobiográfico

O correr texto / escrever ao longo do dia / este registro chamado diário, o Eu dentro do Eu: autobiográfico parece (ou é mesmo) um preguiçoso escrever. Contemporâneo / atual, virou moda, recurso bom. Escrever, afinal, é tarefa /coisa difícil, trabalho. Pintar, mais ainda, esculpir muito difícil mesmo. O fazer, a culinária, trabalhar… Trabalhar. Penso sobre o recurso autobiográfico… É pensar em voz alta este falar do eu para dizer… Estou camuflada. Conversar é duro, difícil: inclui o escutar e o pensar, compartilhar. Conviver. Esgrimar. Há um Eu escondido na literatura no teatro, no ensaio, no romance, na poesia, mas quando se manifesta o eu, nestes gêneros literários, são exigências de um eu camuflado. A autobiografia é preguiçosa, disfarçada em literatura d’ água, da correria. Da passagem. Enrolada nela mesma… Quem escreve assim descuidado, preguiçoso ensaia, faz tentativa, não avança. Sou eu escrevendo. Cartas são honestas, limpas, rápidas… Contudo, esquecidas, não escrevo mais cartas: não existem envelopes. Ou existem? Bem! A pensar… Se sou eu mesma atrás das palavras / não viajo, sou. Assim, acabo absolvida na ladainha de querer escrever / ler e não fazer. Elizabeth M. B. Mattos – março de 2025 – Torres (ainda tão quente)

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