não sei escolher / começo pelo aperto que sinto. a gente sente apertos. lágrimas. abençoadas lágrimas escorrem, mas não explicam. abençoadas! tão bom chorar! magnifica dor! Ela se esparra com lágrimas! o silêncio abençoa, é claro, mas o agito das flores, da música e das cores também ecoam. música, batendo, gritando, atordoando meus ouvidos. música no/ao volume alucinado do atordoamento. conversa / grita tudo sobre todos… quero ver a menina bonita, quero estar no centro, quero poder… quero que os olhares e as vozes estejam dentro de mim, um alívio! o circo dos horrores na maravilha alienada do nada. afinal, viver significa começo ou fim. quando vou conseguir plantar as margaridas, regar, acalmar o coração e entender que o quintal pode ser o universo completo, perfeito. não preciso entrar num supersônico para conhecer as geleiras e o deserto, nem escutar os olhares pela altura da música, está no calor do pequeno abraço. na ternura. Elizabeth M. B. Mattos – abril de 2025 – Torres

